terça-feira, 4 de junho de 2013

Mês do Sagrado Coração de Jesus – DIA 4




 

MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

(7 anos e 7 quarentenas de indulgência cada dia e uma in­dulgência plenária no fim.)

ORDEM DO EXERCÍCIO COTIDIANO


Invocação do Espírito Santo

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo do vosso amor.

V. — Enviai o vosso Espírito e tudo será criado.
R. — E renovareis a face da terra.

ORAÇÃO
Deus, que esclarecestes os corações de vossos fieis com as luzes do Espírito Santo, concedei-nos, por esse mesmo Espírito, co­nhecer e amar o bem e gozar sempre de suas divinas consolações. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.

Oração preparatória
(100 dias de indulgência — Leão XIII, indulto de 10 de dezembro de 1885).
 
Senhor Jesus Cristo, unindo-me à di­vina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos sé­culos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afe­tos e desejos, todas as minhas obras e pa­lavras. Amém.

Lê-se a intenção própria do dia, recitando em sua con­formidade um Pai Nosso, Ave Maria e Glória, e a jaculatória: Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais.

Em seguida, a Meditação correspondente ao dia e, depois, a Ladainha do Sagrado Coração.


 
LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO
 Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos céus, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende pie­dade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, formado pelo Espirito Santo no seio da Virgem Mãe, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, de majestade infinita, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, templo santo de Deus, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, fornalha ardente de ca­ridade, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e amor, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, abismo de todas as vir­tudes, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, rei e centro de todos os corações, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, no qual habita toda a ple­nitude da divindade, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, no qual o Pai celeste põe as suas complacências, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, paciente e misericordioso, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, rico para todos os que vos invocam, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, propiciação para os nossos pecados, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, saturado de opróbios, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, feito obediente até a morte, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, atravessado pela lança, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, fonte de toda a conso­lação, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, vítima dos pecadores, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, salvação dos que em vós esperam, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, esperança dos que em vós expiram, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, delícia de todos os Santos, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

V. — Jesus, manso e humilde de coração,
R. — Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.

ORAÇÃO
Onipotente e sempiterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.

Para concluir, a seguinte fórmula de consagração 
 
Recebei, Senhor, minha liberdade in­teira. Aceitai a memória, a inteligência e a vontade do vosso servo. Tudo o que tenho ou possuo, vós mo concedestes, e eu vo-lo restituo e entrego inteiramente à vossa von­tade para que o empregueis. Dai-me só vosso amor e vossa graça, e serei bastante rico e nada mais vos solicitarei.

(300 dias de indulgência. Leão XIII, Decreto de 28 de maio de 1887).

Doce Coração de Jesus, sede meu amor.
(300 dias — Pio IX).

Doce Coração de Maria, sede a minha salvação.
(300 dias — Pio IX).
 

MEDITAÇÕES

 

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- I -
Os terníssimos afetos do Coração de Jesus
 
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 QUARTO DIA


Oremos em união com as pessoas que hoje comungaram. Pai Nosso, Ave Maria, Glória e a jaculatória: “Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

Jesus e a Samaritana

Lá vos estou vendo, Senhor, oprimido de fadiga, assentado à borda do poço de Jacó, aguardando os que passam, dizendo a todos: “Dai-me de beber; tenho sede do vosso coração, dai-mo; tenho sede da vossa inocência, conservai-ma…” Ah! Jesus meu, quantas vezes não vos tenho eu recu­sado esta esmola, para dar às leviandades, às paixões, às vaidades…e vós não desanimastes, continuáveis a pedi-la sempre… Sim, Jesus meu, vos quero dar este alívio que me pedis, e do qual pareceis carecer…Que quereis de mim no dia de hoje? fideli­dade no cumprimento dos meus deveres, amor nas minhas orações?… Eis-me aqui, Senhor…pedi o que quiserdes.

“Recitarei, com mais atenção, as mi­nhas breves orações, durante o dia”.

EXEMPLO

O Pe. Ludovico de Casória, encontrando uma vez, absorta em profundo estudo, a ilustre napolitana Cata­rina Volpicelli, disse-lhe : “Virá um tempo em que fecharás todos os livros. Jesus te abrirá o livro de seu Coração, que diz infinito amor a cada. página, a cada palavra”. E assim foi: Catarina, meditando, junto ao sagrado tabernáculo, inflamou-se de tanto fervor que, deixando tudo, foi encerrar-se entre as perpétuas adora­doras do SS. Sacramento. O Senhor, porém, dispunha a seu respeito maiores coisas, e quis que, obrigada a sair do convento por motivo de saúde, fizesse no mundo ainda mais do que teria podido fazer no claustro. Ar­dendo em santo zelo, empregou no serviço de Deus quanto era, tinha e podia: o talento, os estudos, os raros dons da natureza e da graça, o rico patrimônio, suas obras, a própria vida, tudo ofereceu e sacrificou ao Sagrado Coração, com um ato solene que assinou com o próprio sangue, chamando-se vítima e escrava do divino amor. Fundou o instituto das Servas do Sa­grado Coração e, em Nápoles, o santuário do Coração de Jesus, sede do Apostolado de que ela foi a primeira Zeladora. Criou a “Voz do Coração de Jesus”, periódico mensal da Santa Liga; instituiu a obra da Adoração Reparadora, e da assistência às igrejas pobres, o Or­fanato das meninas, várias congregações de piedade para as jovens, a Biblioteca para a divulgação dos bons livros: quem poderia enumerar todas as obras que rea­lizou sob o impulso onipotente da caridade divina? Era, todavia, tão humilde, que se tinha como a. última e ínfima entre as servas do Sagrado Coração; e nunca a sua devoção arrefeceu um instante; pois, ainda na hora extrema da vida, quando, placidamente e com inefável sorriso nos lábios, estava para voar à pátria celeste, quis novamente oferecer-se como vítima ao Divino Coração com o ato solene que o Sumo Pontífice chamou “voto heroico”. 

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CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS


Sim, Jesus, eu vos prometo recitar, to­dos os dias, uma oração ao vosso Sagrado Coração; prometo-vos venerar as piedosas imagens que o representarem à minha devo­ção; prometo-vos espalhar o conhecimento desta devoção e propagá-la.

Sede a minha fortaleza, a minha ale­gria, a minha felicidade!

“Farei um ato de consagração ao Coração de Jesus”.

Ao Coração adorável de Jesus dou e consagro o meu corpo e a minha alma, a mi­nha vida, os meus pensamentos, palavras, ações, dores e sofrimentos. Não me torna­rei a servir de parte alguma do meu ser, que não seja para o amar, honrar e glorificar.

Tomo-vos, pois, ó divino Coração, por objeto do meu amor, protetor da minha vida, âncora da minha salvação, remédio das minhas inconstâncias, reparador dos meus defeitos, e seguro asilo na hora da morte.

Ó Coração cheio de bondade, sede a minha justificação para com Deus, e apartai de mim a sua justa cólera.

Ponho em vós toda a minha confiança, porquanto receio tudo de minha fraqueza, como tudo espero de vossa bondade. Ani­quilai em mim tudo o que vos possa desa­gradar e resistir; imprimi-vos em meu coração, como um selo sagrado, para que jamais me possa esquecer de vós, e de vós ser se­parado. Isto vos peço por vossa infinita bon­dade: que o meu nome se inscreva em vós, que sois o livro da vida, e que façais de mim uma vítima consagrada inteiramente à vossa glória; que desde este momento seja eu abrasado e um dia inteiramente consumido pelas chamas do vosso amor; nisto consiste a minha dita, não tendo outra ambição se­não a de morrer em vós e por vós.

Assim seja.


DIA 4

Iniciado por S. João Evangelista, o culto ao Sagrado Coração só muitos séculos depois teve a sua propaganda formal por espe­ciais revelações de Nosso Senhor, que decla­rou tê-lo reservado para o fim dos tempos como um poderoso meio de reacender a fé e despertar no mundo o fervor religioso. Como na execução de suas obras as mais grandiosas, também nesta escolheu Deus para seu instrumento uma fraca e pequena criatura: a humilde Religiosa Margarida Maria. Era nela tanta a inclinação e gosto pelas coisas do céu que, desde menina, para a demover de qualquer propósito, bastava dizer-lhe que isso ofenderia a Deus; e Deus, por sua vez, recompensava a sua dedicação precoce, favorecendo-a já com visões mara­vilhosas em que se lhe mostrou a carregar a cruz, para lhe dar a coragem de sofrer as contrariedades e provações do lar infortunado. Houve em sua mocidade momentos em que os prazeres do mundo a atraíram e tentou-a o pensamento de não os deixar; porém não tardava a reação, e Margarida como que em desagravo ocupava-se em ins­truir a multidões de meninos pobres, visitar as famílias necessitadas e tratar dos enfermos, chegando a beijar chagas, para vencer a natural repugnância que sentia ao olhá-las, ato de heroísmo com que mereceu que ao seu contato elas subitamente sarassem. Um dia, finalmente, cerrando os ouvidos às sú­plicas de sua mãe, a jovem decidiu abraçar a vida religiosa, e bateu às portas do con­vento de Paray: ia ataviada como para a mais brilhante festa do mundo, e não vestia assim por vaidade, mas pelo contentamento de se ir dedicar ao seu soberano Bem; pro­vava-o, dizendo, na hora de entrar, a seu irmão que a acompanhara: “Esteja certo de que não sairei mais daqui”. No claustro, a sua piedade e fervor causaram admiração desde os primeiros dias, e foram sempre crescendo. Quando se achava só traba­lhando, lendo ou escrevendo, fazia-o de joe­lhos como tomada de respeito diante de um ser invisível. Assim a surpreendiam as com­panheiras, comprazendo-se em contemplá-la absorta na oração, em que passava longas horas, noites inteiras, como arrebatada em êxtase, em sua cela e no coro, ao ponto de que o povo que frequentava o santuário, o percebeu e vinha observar pelas grades a “Santa” que se elevava aos céus quando orava. Com o próprio sangue escreveu um dia esta consagração total de si a Nosso Senhor: “Tudo em Deus, nada em mim ! Tudo para Deus, e nada para mim! Tudo por Deus, e nada por mim!” No meio destas tão vivas provas de fidelidade de sua serva, surpreen­deu-a o Senhor com as inefáveis revelações sobre o culto ao Sagrado Coração: a pri­meira vez, mostrando-lhe a imagem que de­veria representá-lo a amar sempre e infinita­mente aos homens, apesar de esquecido e ultrajado por eles; a segunda, imprimindo ao culto a forma de expiação pelos peca­dores, com as Comunhões das primeiras sextas- feiras do mês e a hora de adoração noturna; a terceira, recomendando a instituição de uma festa universal na Igreja em honra do Sagrado Coração, na sexta-feira imediata à oitava do Corpo de Deus. Confessando hu­mildemente a Santa quanto era insuficiente para tão grande tarefa, Jesus lhes respondeu que supria ao que lhe faltasse, e comunicou-lhe uma das chamas que abrasavam o seu Coração divino. Sucederam-se então graças extraordinárias, verdadeiramente prodigio­sas, que não deixaram dúvida sobre a origem divina de tais revelações; vieram logo auxiliar a fervorosa Visitandina santos sacer­dotes, como os Padres Colombiére e Croiset, de quem ela predisse que escreveria um livro sobre a insigne devoção, como em breve su­cedeu. A primeira imagem do Sagrado Co­ração, qual se lhe revelara, Margarida Maria gravou-a sobre seu peito, abrindo-a na carne a golpes de canivete; a segunda ela esboçou a traços de tinta, e colocou-a no altar do no­viciado de Paray, onde recebeu a veneração da comunidade na sexta-feira após a oitava de Corpus-Christi em 1685. Pela propagação desse culto, que tinha por fim, com a glória de Deus, a conversão dos pecadores, a Santa pediu ao Senhor a graça de sofrer a tal ponto que se tornasse uma viva imagem do Sagrado Coração, cingido da coroa de espinhos e tendo sobre si a cruz. Estas foram as armas com que pelejou e venceu, e o seu triunfo aí está patente e marcado com o selo das gran­des obras divinas, em dois fatos: a romaria incessante que de todo o mundo aflui ao pe­queno santuário em que viveu a humilde Re­ligiosa, e o incremento que tem hoje, em toda a Igreja, o culto de que ela foi a men­sageira.


Mês do Sagrado Coração de Jesus. Mons. Dr. José Basílio Pereira. Editora Mensageiro da Fé. Fortaleza. 1962. Fonte.    

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