Este poema é de autor desconhecido e, dizem, se encontra em uma igreja do Peru. A Prêmio Nobel de Literatura de 1945, Gabriela Mistral, chilena, é apontada em alguns lugares como a provável autora, mas não há comprovação. Ela era feminista.
REFLEXÃO DIANTE DA CRUZ
Nesta tarde, Cristo do Calvário,
Vim Te rogar pela minha carne enferma;
Porém, ao ver-Te, meus olhos vão e vêm
De meu corpo a Teu corpo, com vergonha.
Como queixar-me de meus pés cansados,
Quando vejo os Teus destroçados?
Como mostrar-Te minhas mãos vazias,
Quando as Tuas estão cheias de feridas?
Como explicar a Ti minha solidão,
Quando na Cruz estás suspenso e só?
Como explicar-Te que não tenho amor,
Quando tens rasgado o coração?
Agora já não lembro mais de nada,
Fugiram de mim todos os meus males.
O ímpeto da súplica que trazia
Sufoca em minha boca mendicante.
E apenas peço não pedir-Te nada, estar aqui,
Junto à Tua imagem morta,
E ir aprendendo que a dor é apenas
A chave santa de Tua santa porta.
Amém.
* * *
En esta tarde Cristo del Calvario
Vine a rogarte por mi carne enferma
Pero al verte, mis ojos van y vienen
De tu cuerpo a mi cuerpo con vergüenza.
¿Cómo quejarme de mis pies cansados
Cuando veo los tuyos destrozados?
¿Cómo mostrarte mis manos vacías
Cuando las tuyas están llenas de heridas?
¿Cómo explicarte a ti mi soledad
Cuando en la cruz alzado y solo estás?
¿Cómo explicarte que no tengo amor
Cuando tienes rasgado el corazón?
Ahora ya no me acuerdo de nada,
Huyeron de mi todas mis dolencias,
El ímpetu del ruego que traía
Se me ahoga en la boca pedigüeña.
Y sólo pido no pedirte nada, estar aquí
Junto a tu imagen muerta,
Ir aprendiendo que el dolor es sólo
La llave santa de tu santa puerta.
Amén.
Vim Te rogar pela minha carne enferma;
Porém, ao ver-Te, meus olhos vão e vêm
De meu corpo a Teu corpo, com vergonha.
Como queixar-me de meus pés cansados,
Quando vejo os Teus destroçados?
Como mostrar-Te minhas mãos vazias,
Quando as Tuas estão cheias de feridas?
Como explicar a Ti minha solidão,
Quando na Cruz estás suspenso e só?
Como explicar-Te que não tenho amor,
Quando tens rasgado o coração?
Agora já não lembro mais de nada,
Fugiram de mim todos os meus males.
O ímpeto da súplica que trazia
Sufoca em minha boca mendicante.
E apenas peço não pedir-Te nada, estar aqui,
Junto à Tua imagem morta,
E ir aprendendo que a dor é apenas
A chave santa de Tua santa porta.
Amém.
* * *
Original em Espanhol:
REFLEXIÓN ANTE LA CRUZ
En esta tarde Cristo del Calvario
Vine a rogarte por mi carne enferma
Pero al verte, mis ojos van y vienen
De tu cuerpo a mi cuerpo con vergüenza.
¿Cómo quejarme de mis pies cansados
Cuando veo los tuyos destrozados?
¿Cómo mostrarte mis manos vacías
Cuando las tuyas están llenas de heridas?
¿Cómo explicarte a ti mi soledad
Cuando en la cruz alzado y solo estás?
¿Cómo explicarte que no tengo amor
Cuando tienes rasgado el corazón?
Ahora ya no me acuerdo de nada,
Huyeron de mi todas mis dolencias,
El ímpetu del ruego que traía
Se me ahoga en la boca pedigüeña.
Y sólo pido no pedirte nada, estar aquí
Junto a tu imagen muerta,
Ir aprendiendo que el dolor es sólo
La llave santa de tu santa puerta.
Amén.