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"Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém."

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sábado, 28 de setembro de 2013

As Sete Meditações sugeridas por São João Bosco - VII

OS NOVÍSSIMOS DO HOMEM


As Sete Meditações sugeridas por
São João Bosco
Presbítero
(retiradas do livro o Jovem Instruído)


Desejo, meus filhos, que tenhais diariamente um pouco de meditação.Por isso, aqui ofereço alguns curtos pensamentos para cada dia da semana, e espero que os lereis com atenção, caso não tenhais outro livro mais apropriado.

Depois de vos terdes ajoelhado, dizei:

"Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração por Vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de inflamar-me de amor por Vós.Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim".



Sábado

O Paraíso

1º)- Quanto mais espanta a consideração do Inferno, tanto mais consola a do Paraíso, que foi preparado por Deus para todos os que O amam e servem na vida presente.

Para fazeres uma idéia dele, imagina uma noite serena.

Que belo é o céu, com tanta multidão e variedade de estrelas!

Umas são maiores que outras; enquanto algumas delas aparecem pelo Oriente, outras desaparecem no Ocidente, sendo muito variadas no que diz respeito ao tamanho, cor, etc.

Mas todas elas se movem, na imensidão do espaço, com admirável harmonia e segundo a vontade de Deus, seu Criador.

Imagina ademais que a luz do sol te deixe ver durante um belo dia a lua e as estrelas que há no firmamento; imagina também tudo o que há de precioso no mar, na terra, nos diversos países, nas cidades e nos palácios dos reis e monarcas de todo o mundo; acrescenta a isto as mais finas bebidas, os alimentos mais saborosos, a música mais doce, a harmonia mais suave...Pois tudo isso é nada, comparado com a excelência dos bens e dos gozos do Paraíso!

Quanto devemos desejar a posse daquele lugar, onde se gozam todos os bens, sem mescla alguma de mal!

A alma bem-aventurada só poderá exclamar: "Eu me saciarei com a visão da vossa glória" (Sl 16,15).

2º)- Considera, ademais, a alegria que tua alma sentirá ao entrar no Paraíso.

Sairão a recebê-la teus parentes e amigos, e ali verás a nobreza e beleza dos Querubins e Serafins, de todos nos Anjos e de todos os Santos, que em multidão louvam a seu Criador.

Verás também os Apóstolos, o imenso número de Mártires, Confessores e Virgens, e ademais uma grande multidão de jovens que se conservaram puros e por isso cantam a Deus um hino de glória inefável.

Oh! quanto gozam naquele Reino os bem-aventurados!Estão sempre alegres, pois não padecem o menos sofrimento, nem penas que venham turbar sua paz e contentamento.

3º)- Observa ademais, filho, que tudo isso não é nada em comparação com o grande consolo que sentirá a alma ao ver a Deus.

Ele consola os Bem-aventurados com seu olhar amoroso e derrama em seu coração torrentes de delícias.

Assim como o sol ilumina e embeleza todos os objetos aonde chega sua luz, assim Deus ilumina com sua presença todo o Paraíso e cumula seus felizes habitantes com prazeres inexprimíveis.

NEle, como num espelho, verás todas as coisas, gozarás de todos os prazeres da mente e do coração.

Quanto, no Monte Tabor, São Pedro viu uma única vez o rosto de Jesus radiante de luz, foi cumulado de tanta doçura, que fora de si exclamou: "É bom para nós estar aqui!" (Lc 9,33)

Que alegria será então o contemplar, não por um instante, mas para sempre, a vista daquela face divina que apaixona os Anjos e os santos, e que embeleza todo o Paraíso!

E a formosura e a amabilidade de Maria, de quanto gozo inundará o coração dos bem-aventurados! "Como são amáveis as tuas moradas, Senhor Deus dos Exércitos!" (Sl 83,2).

Por isso, todos os coros de Anjos e todos os Bem-aventurados cantarão a sua glória, dizendo: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos exércitos! A Ele toda a honra e toda a glória, por todos os séculos dos séculos".

Coragem, pois, meu filho!Algo terás que sofrer neste mundo, mas não importa!O prêmio que te espera no Paraíso compensará infinitamente todos os males que tenhas padecido na vida presente.

Que consolo será o teu quando te encontrares no Céu em companhia de parentes e amigos, dos Santos e dos Bem-aventurados, e puderes exclamar: "Estou salvo e estarei para sempre com o Senhor!"

Então bendirás o momento em que deixaste o pecado, em que fizeste uma boa confissão e começaste e freqüentar os Sacramentos.

Bendirás o dia em que, deixando as más companhias, te entregaste à virtude.E, cheio de gratidão, te voltarás a teu Deus e Lhe cantarás louvores e glórias por todos os séculos dos séculos.

Assim seja. 

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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

As Sete Meditações sugeridas por São João Bosco - VI

OS NOVÍSSIMOS DO HOMEM


As Sete Meditações sugeridas por
São João Bosco
Presbítero
(retiradas do livro o Jovem Instruído)


Desejo, meus filhos, que tenhais diariamente um pouco de meditação.Por isso, aqui ofereço alguns curtos pensamentos para cada dia da semana, e espero que os lereis com atenção, caso não tenhais outro livro mais apropriado.

Depois de vos terdes ajoelhado, dizei:

"Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração por Vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de inflamar-me de amor por Vós.Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim".



Sexta-Feira

A eternidade das penas

1º)- Considera, meu filho, que se caíres no Inferno, dele jamais saíras.Nele se padecem todas as penas, e todas elas para sempre.

Passarão cem anos, mil anos, e o Inferno estará apenas começando; passarão cem mil anos, cem milhões de anos, milhões de milhões de anos e de séculos...e o Inferno estará ainda apenas começando.

Se um Anjo anunciasse a um condenado que Deus haveria de livrá-lo do Inferno depois de passar tantos milhões de séculos como gotas de água que há no mar, ou folhas de árvores e grãos de areia no mundo, essa notícia lhe causaria logo um consolo indizível."É certo, exclamaria, que é imenso o número de séculos que sofrerei, afinal, haverá um dia em que eles acabarão".

Mas, ai! passarão esses milhões de séculos e uma infinidade de outros, e o Inferno estará sempre apenas começando.

Cada condenado quereria poder dizer a Deus: "Senhor, aumentai quanto quiserdes minhas penas, e fazei-me permanecer aqui o tempo que quiserdes, contanto que me deis a esperança de ver este suplício acabar um dia!"Mas não!Esse término e essa esperança jamais chegarão.

2º)- Se ao menos o condenado pudesse iludir-se a si mesmo, pensando consigo: "Quem sabe se Deus algum dia terá piedade de mim e me tirará deste abismo!"

Mas, não!Jamais abrigará esta esperança!O condenado terá sempre presente a sentença de sua condenação eterna: "Este tormentos, este fogo, estes horríveis gritos, eu os terei para sempre".

Sempre! verá escrito nas chamas que o devoram.Sempre! na ponta das espadas que o transpassam; Sempre!, nas horríveis fisionomias dos demônios que o atormentam; Sempre!, naquelas portas fechadas que jamais se abrirão para ele!

Ó eternidade, ó abismo sem fundo!Ó mar sem limites!Ó caverna sem saída!Quem não tremerá pensando em ti?Ó maldito pecado, que tremendos suplícios preparas para quem te comete!Ah!Basta de pecados, basta de pecados em toda a minha vida!

3º)- O que deve encher-te de espanto é pensar que essa horrível fornalha está sempre aberta debaixo de teus pés e que basta um único pecado mortal para cair nela.

Compreendes, meu filho, isto que lês? Um pecado que cometes com tanta facilidade merece uma pena eterna.Uma blasfêmia, uma profanação dos dias festivos, um furto, um ódio, uma palavra, um ato, um pensamento obsceno, bastam para condenar-te às penas do Inferno.

Ah!meu filho, ouve atentamente o meu conselho; se a consciência te censura de algum pecado, vai imediatamente confessar-te para principiar logo uma boa vida; põe em prática todos os conselhos do teu confessor e se for necessário faz uma confissão geral; promete fugir das ocasiões perigosas, das más companhias, e se deus te chamar a deixar o mundo, obedece-Lhe com prontidão.

Tudo o que se faz para evitar uma eternidade de tormentos é pouco, é nada: "nenhuma segurança é excessiva quando está em jogo a eternidade", escreveu São Bernardo.

Oh!quantos jovens na flor da idade abandonaram o mundo, a pátria, a família e foram sepultar-se nas grutas e desertos, não vivendo senão de pão e água, às vezes só de algumas raízes!...E tudo isso para evitarem o Inferno!

E tu, o que fazes, depois de merecer tantas vezes o Inferno pelo pecado?

Lança-te aos pés de teu Deus e diz a Ele: "Senhor, vede-me pronto a fazer tudo o que quiserdes; já Vos ofendi demais até agora; de hoje em diante não Vos quero mais ofender; enviai-me, se preciso, todos os males nesta vida, desde que possa salvar minha alma".

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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

As Sete Meditações sugeridas por São João Bosco - V

OS NOVÍSSIMOS DO HOMEM


As Sete Meditações sugeridas por
São João Bosco
Presbítero
(retiradas do livro o Jovem Instruído)


Desejo, meus filhos, que tenhais diariamente um pouco de meditação.Por isso, aqui ofereço alguns curtos pensamentos para cada dia da semana, e espero que os lereis com atenção, caso não tenhais outro livro mais apropriado.

Depois de vos terdes ajoelhado, dizei:

"Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração por Vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de inflamar-me de amor por Vós.Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim".



Quinta-Feira

O Inferno

1º)- O Inferno é um local destinado pela Justiça divina para castigar com suplícios eternos os que morrem em pecado mortal.

A primeira pena que os condenados padecem no Inferno é a dos sentidos, por ser todo o seu corpo atormentado por um fogo que arde horrivelmente sem jamais diminuir.

Esse fogo penetrará pelos olhos, pela boca e por todo o corpo, e cada um do sentidos padecerá uma pena especial.

Os olhos ficarão obscurecidos pelo fumo e pelas trevas, e aterrorizados ao ver os demônios e os demais condenados.

Os ouvidos não ouvirão incessantemente senão gritos, uivos, prantos e blasfêmias.

O olfato será atormentado com o mau cheiro do enxofre e betume ardentes, que o sufocará.

A boca sofrerá sede ardentíssima e padecerá uma fome canina: "Sofrerão fome como cães" (Sl 58,7; 15).Deus permitiu que o rico Epulão, em meio aqueles tormentos, dirigisse um olhar a Lázaro, pedindo por misericórdia uma gota de água para aliviar o ardor que o consumia; mas até esta lhe foi negada.

Aqueles infelizes, em meio às chamas, devorados pela fome e sede, atormentados por um fogo que não cessa, bradam, uivam e se desesperam.

Ah!Inferno, Inferno, como são desgraçados os que caem nos teus abismos!

E tu, meu filho, que dizes?

Se tivesses que morrer neste momento, para onde irias?

Se não podes suportar agora, se gritar de dor, a ligeira chama de uma vela na mão, como poderás sofrer aquelas chamas por toda a eternidade?

2º)- considera por outro lado, meu filho, o remorso que sentirá a consciência dos condenados.Sua memória, entendimento e vontade padecerão terrivelmente tormentos.

Recordarão continuamente o motivo porque se perderam, isto é, por terem querido satisfazer uma paixão qualquer, e esse pensamento será para eles um verme roedor que jamais morrerá.

Pensarão no tempo que Deus lhe tinha concedido para salvar-se da perdição; nos bons exemplos de seus companheiros; nos propósitos formados e não postos em prática.Pensarão nas pregações ouvidas, nos conselhos de seus confessores, nas boas inspirações pra deixar o pecado...E, vendo que já não há remédio, lançarão uivos desesperados.

A vontade jamais terá nada do que deseja, sofrendo pelo contrário todos os males.

O entendimento conhecerá o bem imenso que perdeu.A alma, separada do corpo e apresentada diante do divino tribunal, entreviu a beleza de Deus, conheceu sua bondade, contemplou por um instante o esplendor do Paraíso, terá ouvido talvez os dulcíssimos e harmoniosos cantos dos Anjos e Bem-aventurados.Que dor, vendo que tudo isso lhe é arrebatado para sempre!

Que horrorosos tormentos!Quem poderá suportá-los?

3º)- Meu Filho, que agora não te preocupas em perder a Deus e o Paraíso!Esperas por acaso conhecer tua cegueira, quando tantos companheiros teus, mais ignorantes e mais pobres do que tu, estiverem gloriosos e triunfantes no reino dos céus, e tu estiveres maldito por Deus e arrojado fora daquela pátria bem-aventurada, do gozo de Deus, da companhia da Virgem Santíssima e dos Santos?

Decide-te, pois, a servir ao Senhor, e faz penitência.Não aguardes para quando não haja mais tempo.Entrega-te a Deus.Quem sabe se esta meditação não será o teu último chamado da graça!Se não correspondes a ele, tu te expõe a que Deus te abandone e te deixe cair nos eternos suplícios.

Ah!Senhor, livrai-me das penas do inferno!

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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

As Sete Meditações sugeridas por São João Bosco - IV

OS NOVÍSSIMOS DO HOMEM


As Sete Meditações sugeridas por
São João Bosco
Presbítero
(retiradas do livro o Jovem Instruído)


Desejo, meus filhos, que tenhais diariamente um pouco de meditação.Por isso, aqui ofereço alguns curtos pensamentos para cada dia da semana, e espero que os lereis com atenção, caso não tenhais outro livro mais apropriado.

Depois de vos terdes ajoelhado, dizei:

"Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração por Vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de inflamar-me de amor por Vós.Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim".



Quarta-Feira

O Juízo

1º)- É a sentença que o Salvador pronunciará no final da nossa vida, sentença com a qual será fixada a sorte de cada um de nós por toda a eternidade.

Quando tiver saído do corpo, a alma comparecerá imediatamente diante do divino Juiz.Esse encontro é terrível para o pecador, porque sua alma se apresenta sozinha diante de um Deus ao Qual desprezou e ofendeu, de um Deus que conhece até o último pensamento do seu coração.

Quem nos acompanhará naquele momento?Nada levaremos deste mundo, senão o bem ou o mal que tivermos feito, sejam bons, seja maus.Não haverá desculpas nem pretextos.

Santo Agostinho, falando daquele terrível instante, se exprime assim: "Ó mortal, quando compareceres diante do criador para seres julgado, tu te encontrarás diante de um Juiz cheio de indignação, os teus pecados te acusarão; os demônios estarão prontos a executar a sentença; dentro de ti mesmo terás a consciência que te agita e te atormenta; e a teus pés o Inferno estará aberto para engolir-te.Em tal aflição, para onde irás, para onde fugirás?".

Ditoso de ti, meu filho, se procedeste bem durante a vida!

2º)- Depois, o divino Juiz abrirá o livro das consciências e dará início ao exame:

- Quem és tu? Perguntarás-te o Juiz inapelável.
- Sou um cristão.
- Bem, se és cristão, verei se te comportaste como tal.

Então começará a recordar-te das promessas feitas no Batismo, pelas quais renunciaste ao demônio, ao mundo e à carne; te representará as graças que te concedeu, os Sacramentos que recebestes, as pregações, as instruções, os conselhos de teus confessores, as correções de teus pais, tudo isto te será colocado diante dos olhos.

-Mas tu, dirá o divino Juiz, apesar de tantos dons, de tantas graças, como correspondeste mal à fé que professaste!Logo que chegaste ao uso da razão, começaste a Me ofender com mentiras, com faltas de respeito na igreja, com desobediências a teus pais e com muitas outras transgressões de teus deveres.Se pelo menos te houvesses portado bem quando te tornaste mais crescido!Mas com a idade só cresceste no desprezo da minha lei.Missas perdidas, profanações de dias festivos, blasfêmias, más conversações, confissões mal feitas, Comunhões às vezes sacrílegas, escândalos dados aos teus companheiros; eis o que fizeste em vez de servir-Me!"

Ao escandaloso, Se dirigirá cheio de indignação e dirá:

- Vê aquela alma que caminha pela senda do pecado?Foste tu que lhe ensinaste a maldade com tuas palavras escandalosas; se tivesses sido bom cristão, deverias ter ensinado a teus companheiros o caminho do Céu; mas fizeste exatamente o contrário, ensinando a eles o caminho da perdição.Vês aquela alma que está no Inferno?Foste tu que ma roubaste com teus pérfidos conselhos e a entregaste ao demônio, sendo tu a causa de sua perdição eterna.Agora tua alma pagará a perfídia daquele escândalo.

Que te parece desse exame, meu filho?Que te dirá tua consciência?Ainda tens tempo, se quiseres? pede a Deus perdão de teus pecados, prometendo sinceramente jamais voltar a ofendê-Lo, e começa hoje mesmo uma vida cristã.Assim poderás adquirir um tesouro de boas obras para quando tiveres que comparecer ante o tribunal de Jesus Cristo.

3º)- Em vista de um exame tão rigoroso pelo divino Juiz, o pecador tratará de se desculpar, dizendo que não esperava ser julgado com tanta severidade.Mas o Senhor lhe responderá:

- Não ouviste naquela pregação do catecismo, não leste naquele livro que Eu ia pedir conta de tudo?

O desgraçado se lembrará então da misericórdia divina; mas já não haverá misericórdia para ele, porque não merece misericórdia quem por tanto tempo abusou dela; com a morte acabou o tempo da misericórdia.

A alma se lembrará dos Anjos, dos Santos, de Maria Santíssima; mas Ela em nome de todos dirá:

"Queres agora a minha proteção?Não Me quiseste por Mãe durante tua vida.Agora também não te quero mais por filho; já não te conheço".

Então o pecador, encontrando-se perdido, pedirá gritando às montanhas e penhascos que o escondam; mas estes não se moverão.Invocará o Inferno, e o verá aberto diante de si.

Nesse mesmo momento, o Juiz inexorável proferirá a terrível sentença:

- Vai-te, filho infiel!Afasta-te de Mim!Meu Pai Celestial te amaldiçoa.Eu também te amaldiçôo!Vai-te par ao fogo eterno, a gemer e penar no inferno, com os demônios, por toda a eternidade!

Aquela alma desgraçada, antes de afastar-se para sempre de seu Deus, voltará uma última vez o olhar para o Céu e, no cúmulo do desespero, exclamará:

"Adeus, companheiros; adeus, amigos, que habitais no reino da glória; adeus pai, mãe, irmão, irmãs, vós gozareis eternamente, e eu serei para sempre atormentado, adeus.Anjo da minha guarda, Anjos e Santos do Paraíso, nunca vos verei, adeus, meu Salvador, Cruz santa, sangue divino derramado inutilmente por mim!Neste momento deixo de ser filho de Deus para ser no Inferno escravo do demônio".

Então aquela alma infeliz cairá nas mãos dos demônios, que a arrastarão e precipitarão nos abismos de penas, de misérias e de tormentos eternos.

Não temes, meu filho, que te aconteça o mesmo?Ah!Por amor de Jesus e de Maria, prepare-te com boas obras para merecer uma sentença favorável.Lembra-te de que, quanto mais é espantosa a sentença proferida contra o pecador, tanto mais consoladoras serão as palavras de Jesus para o homem que tenha vivido cristãmente: "Vem; vem tomar posse da glória que te preparei.Tu Me serviste com fidelidade no breve tempo da tua vida; agora serás eternamente feliz.Entra no gozo do teu Senhor".

Meu Jesus, concedei-me a graça de ser do número desses bem-aventurados.Virgem Santíssima, ajudai-me, protegei-me na vida e na morte, e especialmente quando me apresentar no tribunal de vosso divino Filho par ser julgado!

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terça-feira, 24 de setembro de 2013

As Sete Meditações sugeridas por São João Bosco - III

OS NOVÍSSIMOS DO HOMEM


As Sete Meditações sugeridas por
São João Bosco
Presbítero
(retiradas do livro o Jovem Instruído)


Desejo, meus filhos, que tenhais diariamente um pouco de meditação.Por isso, aqui ofereço alguns curtos pensamentos para cada dia da semana, e espero que os lereis com atenção, caso não tenhais outro livro mais apropriado.

Depois de vos terdes ajoelhado, dizei:

"Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração por Vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de inflamar-me de amor por Vós.Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim".



Terça-Feira

A morte

1º)- A morte consiste na separação da alma e do corpo, ficando absolutamente abandonadas todas as coisas deste mundo.

Considera, meu filho, que tua alma deve necessariamente separar-se do coro, mas não sabes quando, nem onde, nem como te surpreenderá essa separação.

Não sabes se ela te apanhará na cama, no trabalho, na rua ou noutro lugar.

A ruptura de uma veia, uma infecção pulmonar, uma febre, um ferimento, um tombo, um terremoto, ou um raio são suficientes para te tirar a vida.

E isso pode acontecer-te dentro de um ano, de um mês, de uma semana, de uma hora ou talvez mal acabes de ler estas páginas.

Quantos estavam bem à noite, quando se deitaram, e foram encontrados mortos no dia seguinte!.Quantos, atacados de apoplexia, morreram rapidamente.E para onde foram depois?

Se estavam na graça de Deus, felizes deles, são eternamente felizes.Se estavam no pecado, serão atormentados para todo o sempre.

E tu, meu filho, se morresses neste momento, o que seria de tua alma?Infeliz de ti se não estás preparado, porque o que não está pronto para morrer bem hoje, corre grande risco de morrer mal!

2º)- O lugar e a hora de tua morte não te são conhecidos, mas é certíssimo que ela virá.Ainda supondo que não te surpreenda uma morte repentina ou violenta, sem embargo, a última hora da tua vida há de chegar.

Nessa hora, estendido sobre o leito, assistindo por um sacerdote que rezará junto de ti as orações dos agonizantes, rodeado por tua família que chora, com o crucifixo numa mão e uma vela acesa na outra, te encontrarás às portas da eternidade.

Tua cabeça sentirá dores e não encontrará repouso; tua visão estará obscurecida; tua língua estará ardendo; tua garganta, seca, teu peito, oprimido, o sangue se gelará nas tuas veias; teu corpo será consumido pela enfermidade e teu coração transpassado por mil dores.

Quando a alma tiver abandonado o corpo, este coberto com uma mortalha, será lançado a um buraco, onde se converterá em podridão; os vermes o devorarão, e de ti só restarão alguns ossos descarnados e um pouco de pó mal cheiroso.

Abre uma tumba e observa o que restou de um jovem rico, de um homem poderoso no mundo; pó e podridão...O mesmo te acontecerá a ti.

Lê estas considerações com atenção, meu filho, e lembra-te de que elas se aplicam a ti, como a todos os outros homens.

Agora o demônio, para induzir-te a pecar, se esforça e distrair-te deste pensamento, em encobrir e escusar a culpa, dizendo-te que não há grande mal em tal prazer, em tal desobediência, em faltar à Missa nos dias festivos; mas no momento da morte te fará conhecer a gravidade das tuas faltas e as representará a todas vivamente, diante de ti.

Que farás tu naquele terrível instante?Desgraçado de quem então se encontrar em pecado mortal!

3º)- Considera também que do momento da morte depende tua felicidade ou desgraça eterna.

Estando para dar o último suspiro e à luz daquela última chama, quantas coisas veremos!

A Igreja acende duas velas por nós: uma no nosso Batismo, outra na hora da nossa morte; a primeira, para mostrar-nos os preceitos da lei de Deus, que devemos observar; a segunda no transe da nossa morte, para examinarmos se os observamos corretamente.

Por isso, meu filho, à claridade daquela última luz verá se amaste a Deus durante a tua vida ou se O desprezaste; se respeitaste seu santo Nome ou se O ofendeste com blasfêmias.

Verás as festas que profanaste, as Missas que não ouviste, as desobediências a teus superiores, os escândalos que destes a teus companheiros.

Verás aquela soberba e aquele orgulho que te enganaram; verás...

Mas (oh! meu Deus) tudo aquilo verás no momento em que se abre diante de ti o caminho da eternidade, momento do qual depende a eternidade inteira.Sim, daquele momento depende uma eternidade de glória ou de tormentos.

Compreendes bem o que te estou dizendo?Daquele momento depende para ti o Paraíso ou o Inferno; o ser para sempre feliz ou desgraçado, para sempre filho de Deus ou escravo do demônio, para sempre gozar com os Anjos e Santos no Céu ou gemer e arder para todo o sempre com os condenados no Inferno.

Teme muito por tua alma, e reflete que de uma vida santa e boa dependem a boa morte e a eterna glória.

Sem perda de tempo, põe em ordem tua consciência com uma boa Confissão, prometendo ao Senhor perdoar a teus inimigos, reparar os escândalos que deste, ser mais obedientes, abster-te de comer carne nos dias proibidos, não perder mais o tempo, santificar os dias consagrados a Deus, cumprir os deveres de teu estado.

E deste já, lançando-te aos pés de Jesus, diz a Ele:

"Meu Senhor e meu Deus, desde agora me converto a Vós; amo-Vos e quero-Vos amar e servir até à morte.Virgem Santíssima, minha Mãe, ajudai-me naquele momento terrível.Jesus, Maria e José, que minha alma expire em paz em vossos braços".

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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

As Sete Meditações sugeridas por São João Bosco - II

OS NOVÍSSIMOS DO HOMEM


As Sete Meditações sugeridas por
São João Bosco
Presbítero
(retiradas do livro o Jovem Instruído)


Desejo, meus filhos, que tenhais diariamente um pouco de meditação.Por isso, aqui ofereço alguns curtos pensamentos para cada dia da semana, e espero que os lereis com atenção, caso não tenhais outro livro mais apropriado.

Depois de vos terdes ajoelhado, dizei:

"Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração por Vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de inflamar-me de amor por Vós.Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim".



Segunda-Feira

O Pecado mortal

1º)- Se soubesses, meu filho, o que fazes cometendo um pecado mortal!

Voltas às costas para Deus, que te criou e cumulou de benefícios; desprezas sua graça e sua amizade; e dizes com teus atos:

"Afastai-vos de mim, Senhor, já não Vos quero obedecer, nem servir, nem vos reconhecer por meu Deus.Não Vos servirei!Quero que meu deus seja este prazer, esta vingança, esta cólera, esta má conversação, esta blasfêmia..."

Pode-se imaginar ingratidão mais monstruosa?

Entretanto, meu filho, foi isso o que fizeste todas as vezes que ofendeste ao teu Senhor.

2º)- Essa ingratidão é mais grave porque, para cometê-la, tu te serves dos próprios dons que Deus te deu.

Ouvidos, olhos, boca, língua, mãos e pés te foram dados por Deus, e tu os empregaste para ofendê-Lo.

Ouve o que te diz o Senhor:
"Meu filho, Eu te criei do nada; Eu te dei tudo o que tens; nasceste na verdadeira Religião; Eu te concedi a graça do Batismo; podia ter-te deixado morrer quando estavas em pecado, e te conservei a vida para não te mandar ao Inferno; e tu, esquecendo tantos benefícios, queres servir-te desses meios que Eu mesmo te dei, para ofender-Me?

Como não morrer de dor diante dessa enorme injúria lançada contra um Deus tão bom e tão benéfico em relação a nós, míseras criaturas suas?

3º)- Considera ademais que esse Deus, apesar de sua bondade e misericórdia infinitas, não deixa de estar justamente indignado com tuas ofensas, e que, quanto mais continuas vivendo no pecado, tanto mais excitas contra ti sua cólera.

Deves por isso temer que o senhor te abandone, se multiplicas teus pecados.Não porque te falte sua misericórdia, mas porque não terás tempo de pedir perdão, já que não merece a misericórdia do Senhor quem abusa dela para ofendê-Lo.

Grande é o número dos pecadores que viveram no pecado com a esperança de se converterem, e a morte chegou quando menos a esperavam.Deus não lhes deu tempo perdidos para sempre.

Não tremes em pensar que pode acontecer-te o mesmo?

Depois de tantas culpas que Deus te perdoou, não poderá Ele te castigar ao primeiro pecado mortal que cometas, e precipitar-te logo no Inferno?

Dá-Lhe graças por te ter esperado até agora e toma uma firme resolução, dizendo: "Ó meu Deus, quanto Vos ofendi até o presente!Basta!Quero empregar toda a vida que me resta em Vos amar, em chorar meus pecados, arrependendo-me deles de todo o coração; meu Jesus, quero amar-vos, dai-me forças.Virgem Santíssima, Mãe de Deus, ajudai-me.Assim seja.

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domingo, 22 de setembro de 2013

As Sete Meditações sugeridas por São João Bosco - I

OS NOVÍSSIMOS DO HOMEM


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São João Bosco
Presbítero
(retiradas do livro o Jovem Instruído)


Desejo, meus filhos, que tenhais diariamente um pouco de meditação.Por isso, aqui ofereço alguns curtos pensamentos para cada dia da semana, e espero que os lereis com atenção, caso não tenhais outro livro mais apropriado.

Depois de vos terdes ajoelhado, dizei:

"Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração por Vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de inflamar-me de amor por Vós.Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim".



Domingo

A finalidade do homem

1º)- Considera, meu filho, que Deus te criou à sua imagem e semelhança, que te deu uma alma e um corpo, sem que da tua parte houvesse para isso nenhum mérito.Ademais, pelo Batismo Deus te fez seu filho, te amou sempre e te ama ainda como Pai amoroso; o único fim para o qual te criou é para que O ames e sirvas a Ele nesta vida, e desse modo possas merecer um dia ser eternamente feliz com Ele no Paraíso.

Não penses que vives neste mundo para divertir-te, enriquecer-te, comer, beber e dormir, como os animais irracionais; pois o fim para o qual foste criado é infinitamente mais nobre e mais sublime; ou seja, para amar e servir a Deus nesta vida, e salvar assim a tua alma.

Se procederes desse modo, que consolo sentirás na hora da morte!...Mas, se pelo contrário não pensares seriamente em servir a Deus, que remorsos não sentirás naquele instante, em que reconhecerás claramente que as riquezas e os prazeres, que tanto procuraste na terra, só serviram para encher de amarguras teu coração, fazendo-te ver o dano que causaram à tua alma!.

Por isso, meu filho, não queiras ser daqueles que só pensam em satisfazer o corpo com atos, palavras e divertimentos censuráveis; e no fim da vida se encontrarão em grande perigo de perdição eterna.

O secretário de um rei da Inglaterra morreu exclamando: "Infeliz de mim!Gastei tanto papel para escrever as cartas de meu senhor, e não empreguei sequer uma folha de papel para anotar meus pecados e fazer uma boa confissão!".

2º)- Verás melhor a importância do teu fim se considerares que tua salvação eterna ou tua eterna condenação dependem de ti.

Se salvas tua alma, muito bem, serás feliz para sempre; mas se a perdes, perdes tudo? alma, corpo, Céu, Deus que é teu fim...E para toda a eternidade serás desgraçado!

Não imites a loucura dos desgraçados que dizem: "Vou cometer agora este pecado, mas depois me confessarei".Não te enganes a ti mesmo com tais palavras, porque o Senhor amaldiçoa o homem que peca na esperança de obter perdão.

Lembra-te de que os condenados que estão no Inferno tinham a intenção de mais tarde se converter, e apesar disso se perderam por toda a eternidade.

Estás seguro de que Deus te concederá tempo para te confessares?

Quem te garante que não morrerás logo depois de pecar e que tua alma não será precipitada imediatamente no Inferno?

Não achas que seria loucura se te feristes gravemente, na esperança de encontrar depois um médico que te curasse?

Renuncia, pois, ao pensamento enganador de só mais tarde te consagrares ao serviço de Deus; hoje mesmo detesta e abandona o pecado, que é o maior de todos os males e que, desviando-te do teu fim último, te priva de todos os bens.

3º)- Quero também que conheças um terrível laço de que se serve o demônio para prender e levar à perdição grande número de cristãos: é deixar que se instruam na Religião, mas que depois não a pratiquem.

Sabem perfeitamente que Deus os criou para amá-Lo e servir a Ele; e no entanto empregam todo o tempo em lavrar a própria ruína eterna!De fato quantas pessoas vemos no mundo que pensam em tudo, menos na sua salvação!

Se se diz a um jovem que freqüente os Sacramentos, que faça um pouco de oração, etc., logo responde: "Tenho outras coisas que fazer, tenho que trabalhar, que me divertir...". Ó infeliz!E não tens uma alma para salvar?

Quanto a ti, jovem católico que lês estas considerações, não te deixes enganar pelo demônio; promete a Deus que de agora em diante todas as tuas palavras, pensamentos e ações se orientarão para a salvação da tua alma.

Grave loucura seria procurares com tanto afinco o que deve acabar em pouco tempo e te esqueceres da eternidade que não tem fim.

São Luís Gonzaga poderia ter gozado de todos os prazeres, honras e riquezas deste mundo, mas renunciou a todos eles dizendo: "De que me servem essas coisas para a vida eterna?".

Conclui tu também com este pensamento:

"Tenho uma alma; se a perco, perco tudo.Ainda que ganhasse o mundo inteiro à custa de minha alma, de que me aproveitaria?"

De que serve ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder sua alma?

Se chego a ser um grande homem, um ricaço, se consigo atingir a celebridade como sábio que domina todas as ciências e todas as artes do mundo, mas depois perco minha alma, de que me adiantarão todas essas coisas?

A própria sabedoria de Salomão não me valeria de nada se me condenasse.Diz, pois assim:

"Deus me criou para salvar a minha alma, e quero salvá-la a todo custo; amar a Deus e salvar minha alma serão, a partir de agora o único objetivo de todos os meus cuidados.Trata-se de ser eternamente feliz ou eternamente desgraçado; devo estar resolvido a perder tudo para me salvar.Meu Deus, perdoai os meus pecados e não permitais que jamais tenha o desgraça de Vos ofender novamente; ajudai-me com vossa santa graça para que Vos possa amar e servir fielmente.Maria, minha esperança, rogai por mim".

CONTINUA AMANHÃ
 
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domingo, 7 de julho de 2013

CONSIDERAÇÕES PARA OS DIAS DA SEMANA

Desejando eu muito que cada dia façais um pouco de leitura espiritual, e como acho que nem todos podeis ter á mão livros apropriados para isto, apresento-vos aqui sete breves considerações, uma para cada dia da semana, com o fim de servirem aos que não podem ler outros livros deste gênero. Antes de começar a leitura, reze de joelhos esta oração:
"Meu Deus, arrependo-me de todo meu coração de vos ter ofendido; concedei-me a graça de compreender bem as verdades que vou meditar e abrasai-me no vosso amor.Virgem Maria, Mãe de Jesus, Anjo de minha guarda, Santos e Santas do Céu, roguem por mim".


DOMINGO

Fim do homem 


Considera, meu filho, que este teu corpo, esta tua alma te foram dados por Deus, sem nenhum merecimento de tua parte, quanto te criou à Sua imagem. Ele te fez seu filho no Santo Batismo; amou-te e ama-te ainda com ternura de Pai e criou-te para este único fim: para que O ames e O sirvas nesta vida e possas assim ser um dia eternamente feliz com Ele no Céu. 

Não estás, portanto, no mundo somente para gozar, nem para enriquecer, nem para comer, beber e dormir, como os animais; o teu fim é muitíssimo mais nobre e mais sublime; o teu fim é amar e servir ao teu Deus e salvar a tua alma. Se assim fizeres, quantas consolações experimentarás na hora da morte! Mas se não procurares servir a Deus, quantos remorsos terás no fim da vida! As riquezas, os prazeres que buscaste com tanto empenho, somente te servirão para amargurar o teu coração, e, então, conhecerá o mal que tais coisas fizeram à tua alma. 

Meu filho, não queiras de modo algum ser do número daqueles que pensam somente em satisfazer o corpo com atos, conversas e divertimentos maus. Naquela hora extrema, esses se encontrarão em grande perigo de se condenarem eternamente. Um secretário do rei da França expirava dizendo: “Ai de mim! Gastei tanto papel em escrever as cartas do meu príncipe e não usei uma folha para tomar nota dos meus pecados e fazer uma boa confissão!” 

Torna-se ainda maior aos teus olhos a importância deste fim, se consideras que dele depende a tua salvação ou a tua perdição. Se salvas a alma, tudo estará bem e gozarás para sempre; mas se não alcançares isto, perderás alma e corpo, Deus e Paraíso, e serás condenado para sempre. Não imiteis aqueles infelizes que se iludem dizendo: “Cometerei este pecado, mas depois me confessarei”. Não te enganes a ti mesmo desta forma: Deus amaldiçoa a quem peca na esperança do perdão: “Maledictus homo qui peccat in spe”. Lembra-te que todos os que estão no Inferno tinham esperança de emendar-se mais tarde, e, no entanto, se perderam eternamente. Quem sabe se depois terás tempo para confessar-te? Quem te garante que não hajas de morrer logo depois do pecado e que a tua alma não seja precipitada no Inferno? Além disso, que grande loucura não seria ferir-te a ti mesmo na esperança de que o médico te venha depois curar a ferida? Afasta, pois, a enganadora ideia de poderes entregar-te a Deus mais tarde; detesta neste mesmo momento e abandona o pecado, que é o maior de todos os males e que, afastando-te de teu fim, te priva de todos os bens. 

Quero ainda indicar à tua consideração um laço terrível com que o demônio prende e arrasta à perdição tantos cristãos: é deixar que aprendam as coisas da religião, mas não as pratiquem. Eles sabem que foram criados por Deus para amá-lO e servi-lO e, entretanto, com suas obras, parece que buscam somente a própria ruína. Quantas pessoas não vemos nós, neste mundo, que em tudo pensam menos em salvar-se? Se digo a um jovem que frequente os Sacramentos que faça um pouco de oração, responde-me: “Tenho mais que fazer; preciso trabalhar, preciso divertir-me”. Ó infeliz! E acaso não tens uma alma para salvar? 

Por isso, tu, ó jovem cristão, que lês esta consideração: vê lá, não te deixes enganar desta maneira pelo demônio; promete a Deus que tudo o que fizeres ou disseres e pensares no futuro será para o bem da tua alma; porque seria a maior loucura ocupar-te com tanto empenho no que acaba tão depressa e pensar tão pouco na Eternidade, que nunca há de acabar. São Luís poderia ter prazeres, riquezas e honras, mas renunciou a tudo dizendo: “Que me serve tudo isto para a minha eternidade?” – “Quid haec ad aeternitátem?”. Conclui também tu da mesma maneira: “Tenho uma alma; se a perco, perco tudo. Que me vale ganhar o mundo inteiro, se isto for com prejuízo de minha alma?” – “Quid enim pródest hómini, si mundum univérsum lucrétur, ánimae vero suae detriméntum patiátur?”. De que me serve vir a ser um grande homem, um ricaço, adquirir fama de sábio, tornando-me conhecedor de todas as artes e ciências deste mundo, se depois vier a perder a minha alma? De nada te serviria toda a sabedoria de Salomão, se vieres a te perder. 

Dize, pois, assim: “Fui criado por Deus para salvar a minha alma e a quero salvar a todo o custo; quero que, no futuro, o único fim das minhas ações seja amar a Deus e salvar a minha alma. Trata-se de ser ou para sempre feliz ou para sempre infeliz. Perca-se tudo contanto que me salve! Meu Deus, conceda-me o perdão dos meus pecados e fazei que não caia jamais na desgraça de Vos ofender. Ajudai-me com a Vossa santa graça, para que possa fielmente amar-Vos e servir-Vos fielmente no futuro. Maria, minha esperança, intercedei por mim”. 


SEGUNDA FEIRA

O pecado mortal

Ó! Se soubesses, meu filho, o que fazes quando cometes um pecado mortal? Dás as costas àquele Deus que te criou e te cumulou de benefícios; desprezas a Sua graça e a Sua amizade. Quem peca diz com os fatos ao Senhor: “Apartai-Vos de mim, já não quero obedecer-Vos, não Vos quero servir, não Vos quero reconhecer por meu Senhor: ‘Non sérviam’. O meu deus é aquele prazer, aquela vingança, aquele ódio, aquela conversação obscena, aquela blasfêmia”. Poder-se-á imaginar ingratidão mais monstruosa do que esta? Entretanto, meu filho, tudo isto fizeste quando ofendes-te ao teu Senhor. 

Maior ainda se torna esta ingratidão, refletindo que, para pecar, serviste das mesmas coisas que Deus te deu. Ouvidos, olhos, boca, língua, mãos, pés: são todos dons de Deus, e tu deles te serviste para ofendê-lO! Ah! Ouve, pois, o que te diz o Senhor: “Filho, eu te criei do nada; dei-te tudo o que agora tens, fiz-te nascer na verdadeira Religião e receber o Santo Batismo. Podia deixar-te morrer quando estavas no pecado: conservei-te a vida para não te condenar ao Inferno; e tu, esquecido de tantos benefícios, queres servir-te dos meus próprios dons para ofender-Me?”. Quem não se sentirá tomado de profundo pesar por ter feito tamanha injúria a um Deus tão bom, tão benfazejo para conosco, suas criaturas? 

Deves, ainda, considerar que este Deus, embora seja bom e infinitamente misericordioso, todavia fica muito indignado quando O ofendes. Por isso, quanto mais tempo viveres no pecado, tanto mais vais provocando e acumulando a ira de Deus contra ti. Deves, portanto, recear muito que os teus pecados cheguem a tal número que Ele por fim te abandone. “In plenitúdine peccatórum púniet”. Não que isto aconteça por te faltar a Misericórdia divina, mas é que te faltará o tempo para pedir perdão, pois que não merece a misericórdia de Deus quem abusa para ofendê-lO. Com efeito, quantos viveram no pecado na esperança de converter-se e, entretanto, chegou a morte e faltou-lhes o tempo para disporem os negócios da consciências e agora estão eternamente perdidos! Teme que não te venha acontecer a mesma coisa a ti! Depois de tantos pecados que Deus te perdoou, deves com razão recear que, com mais algum pecado mortal, a Ira divina te fulmine e te precipite no Inferno. Dê graças a Deus por ter-te esperado até agora, e toma desde já uma firme resolução dizendo: “Basta, meu Deus; o pouco de vida que ainda me resta não a quero desperdiçar em ofender-Vos; hei de empregá-la em Vos amar e chorar os meus pecados. Arrependo-me de todo o coração. Meu Jesus, quero amar-Vos; dê-me força. Virgem santíssima, Mãe de meu Jesus, ajudai-me. Assim seja”. 


TERÇA FEIRA

A morte

A morte é a separação da alma do corpo, como total abandono das coisas deste mundo. Considera, portanto, meu filho, que a tua alma deverá separar-se do corpo; mas não sabes se a morte te assalta na tua cama, ou durante o trabalho, ou na rua, ou em outra parte. A ruptura de uma veia, um catarro, uma hemorragia, uma febre, uma chaga, uma queda, um terremoto, um raio bastam para te tirar a vida. Isso pode acontecer daqui a um ano, daqui a um mês, a uma semana, a uma hora e, talvez, ao terminar a leitura desta consideração. Quantos se deitaram à noite cheios de saúde e de manhã foram encontrados mortos! Quantos acometidos de algum ataque morreram de repente! E depois para onde foram? Se estava na graça de Deus, felizes deles! Gozarão para sempre. Se, pelo contrário, se achavam em pecado mortal, estão para sempre perdidos. Dizei-me, filho, se tivesses que morrer neste instante, o que seria de tua alma? Ai de ti, se não te manténs sempre preparado! Quem não está hoje preparado para bem morrer, corre grande perigo de morrer mal. 

Embora seja incerto o lugar e incerta a hora de tua morte, é, porém, muito certo que a morte há de vir. Quero esperar que a última hora de tua vida não venha repentinamente ou de modo violento, mas aos poucos e precedida de uma doença comum. Mas há de chegar um dia no qual, estendido numa cama, estarás prestes a passar à eternidade, assistido por um Sacerdote que encomendará tua alma, tendo um crucifixo ao lado e uma vela acesa do outro, e derredor os aparentes que choram. Terás a cabeça dolorida, os embaçados, a língua ressequida, a garganta presa, a respiração ofegante, o sangue a arrefecer, o corpo consumido, o coração aflito. E, logo que a alma expire, o teu corpo vestido de poucos andrajos será a apodrecer em uma cova. Ai os ratos e os vermes roeram todas as tuas carnes e de ti restaram apenas quatros ossos descarnados e um pó nauseabundo. Abri um sepulcro e vê a que ficou reduzido aquele jovem rico, aquele ambicioso, aquele soberbo. Lê com atenção estas linhas, meu filho, e lembra-te que elas se aplicam também a ti igualmente como a todos os demais homens. Agora o demônio, para induzir-te a pecar, procura arrancar-te deste pensamento e levar-te a escusar a tua culpa, dizendo-te não ser enfim tão grande mal aquele prazer, aquela desobediência, aquela omissão da Missa nos domingos; mas na hora da morte descobrir-te-á a gravidade destes e de outros teus pecados, pondo-os diante de ti. E que haverás de fazer tu então, no ponto de te encaminhares para tua Eternidade? Ai de quem se achar em desgraça de Deus naquele momento! 

Considera que do instante da morte depende a tua eterna salvação ou eterna perdição. Nas proximidades da morte, ao avizinhar-se aquela última vez que se fecha a boca, a luz daquela vela, quantas coisas se hão de ver! Duas vezes temos diante de nós uma vela acesa: Quando somos batizados e em ponto de morte; a primeira vez, para conhecermos os preceitos da Lei divina que devemos guardar; a segunda, para que vejamos se os temos cumprido. Por isso, meu filho, a luz dessa vela as de ver se amaste o teu Deus ou se O desprezaste; se honraste o Seu santo Nome ou se O blasfemaste; hás de ver os dias santos profanados, as Missas deixadas, as desobediências aos superiores, os maus exemplos dados aos companheiros; verás aquela soberba, aquele orgulho que te lisonjeava; verás... Mas, ó! Deus!... Tudo verás naquele momento, no qual se abrirá diante de ti o caminho da Eternidade: “Moméntum a quo pendet aéternitas”. Ó! grande, ó! terrível momento, do qual depende uma Eternidade de glória ou de tormentos! Compreendes bem o que te digo? Quero dizer que daquele momento depende ir para o Céu ou para o Inferno; ser para sempre feliz ou para sempre infeliz; para sempre filho de Deus ou para sempre escravo do demônio; para sempre gozar com os Anjos com os Santos no Céu ou gemer e arder para sempre com os condenados no Inferno! 

Teme grandemente pela tua alma e pensa que do viver bem depende uma boa morte e uma Eternidade de glória. Por isso, não difiras por mais tempo e prepara-te desde já para fazer uma boa confissão e dispor bem as coisas da tua consciência, prometendo a Nosso Senhor perdoar os teus inimigos, reparar os escândalos dados, santificar os dias de guarda, cumprir os deveres do teu estado. 

E, agora, põe-te na presença de teu Deus e dize-Lhe de coração: “Meu Deus, desde este momento eu me converto a Vós; amo-Vos, quero amar-Vos e servir-Vos até a morte. Virgem Santíssima, minha Mãe, ajudai-me naquele terrível momento. Jesus, José e Maria, espire em paz entre vós a minha alma”. 


QUARTA FEIRA

O Juízo

O Juízo é a sentença que o Salvador há de pronunciar no fim de nossa vida; sentença com a qual fixará o destino de cada um por toda a Eternidade. Apenas a alma tiver saído do corpo, comparecerá logo perante o supremo Juiz. A primeira coisa que torna este comparecimento terrível à alma do pecador é que a alma se encontrará sozinha na presença de um Deus desprezado, de um Deus que conhece todos os segredos do nosso coração, todos os nossos pensamentos. E que levaremos conosco? Levaremos aquele pouco de bem ou o mal que tivermos feito durante a vida: “Ut réferat unusquísque própria corporis, prout gessit, sive bonum, sive malum”. Não se pode, então, inventar nem escusa nem pretexto nenhum. Santo Agostinho, falando deste tremendo comparecimento, disse: “Quando tu, ó homem, compareceres diante do Criador para seres julgado, terás sobre tua cabeça um Juiz indignado; de um lado os pecados que te acusam; de outro os demônios prontos a executar a condenação; dentro de ti uma consciência que te agita e te atormenta; debaixo de ti um Inferno aberto, pronto a tragar-te. Em tais apertos, para onde irás, para onde fugirás?”. Feliz de ti, ó meu filho, se tiveres feito o bem durante a tua vida. Entretanto, o divino Juiz abrirá os livros da consciência e começará o exame: “Judícium sedit, et livre apérti sunt”. 

Então, dirá aquele Juiz inapelável: “Quem és tu?” – “Sou um Cristão”, responderás. – “Bem”, replicará Ele, “se és Cristão, vamos ver se procedeste como Cristão”. Em seguida, começará a recordar as promessas feitas no Santo Batismo, pelas quais renunciaste ao demônio, ao mundo, à carne; lembrar-te-á as graças que te concedeu, as muitas vezes que recebeste os Sacramentos, as pregações, as instruções, os avisos dos confessores, as correções dos pais: tudo será posto diante de ti. – “Mas tu”, dirá, então, o divino Juiz, “apesar de tantos dons, de tantas graças, Ó!, quão mal correspondestes à tua profissão de cristão! Mal chegando a idade em que apenas começavas a conhecer-Me, começaste a ofender-Me com mentiras, com faltas de respeito na igreja, com desobediências a teus pais e com muitas outras transgressões dos teus deveres. Melhor seria se, com o ocorrer dos anos, tivesses melhorado o teu procedimento; mas não: Justamente com a idade aumentou em ti, infelizmente, também o desprezo à minha Lei. Missas perdidas, profanação dos dias santos, blasfêmias, jejuns não observados, confissões mal feitas, comunhões às vezes sacrílegas, escândalos dados aos companheiros: Eis o que fizeste em vez de servir-Me.” 

Voltar-se-á para o escandaloso, cheio de indignação, dizendo: “Vês aquela alma que caminha pela estrada do pecado? Foste tu, com as tuas conversas imorais, que lhe ensinaste a malícia. Tu, como cristão que és, devias ensinar com o bom exemplo o caminho do Céu aos teus companheiros; pelo contrário, traindo o Meu sangue, lhes ensinaste o caminho da perdição. Vês aquela alma no Inferno? Foste tu com os teus pérfidos conselhos que a arrancaste a Mim para entregá-la ao demônio. Foste tu a causa de sua eterna perdição. Agora pague a tua alma por aquela outra que deitaste a perder com os teus escândalos: “Répetam anima tuam pro anima illíus”. 

Que te parece, meu filho, deste exame? Que te diz a consciência? Estás ainda em tempo, se quiseres; pede a Deus perdão de teus pecados e faze um sincero propósito de não tornar a pecar; começa desde hoje uma vida de bom cristão, preparando-te, assim, um tesouro de boas obras para o dia em que deverás comparecer perante o Tribunal de Jesus Cristo. 

À vista das rigorosas contas que o Juiz supremo exige do pecador, tentará este aduzir alguma escusa a pretexto, dizendo que não sabia que deveria ser submetido a um exame tão rigoroso. Mas receberá esta resposta: “E não ouviste aquele sermão e aquela explicação do catecismo? Não leste naquele livro que Eu haveria de pedir rigorosas contas de tudo?” O infeliz, então, se encomendará a Misericórdia divina; mas a misericórdia não é mais para ele, porque não merece misericórdia quem por tanto tempo dela abusou; e porque na morte termina o tempo da misericórdia. Recomendar-se-á aos Anjos, aos Santos, a Maria Santíssima; e Maria responderá por todos: “Agora e que pedes o meu auxílio? Não me quiseste por Mãe durante a vida e agora já não te quero por filho; já não te conheço”. 

Então, o pecador, não encontrando mais nenhum refúgio, bradará as montanhas, aos rochedos, que o cubram, e eles não se moverão. Invocará o Inferno e vê-lo-á aberto: “Inférius horréndum chãos”. Esse é o momento em que o inexorável Juiz proferirá a tremenda sentença: “filho infiel”, dirá, “para longe de mim. Meu Pai celeste te amaldiçoou: Eu também te amaldiçoo. Vai para o fogo eterno a gemer e sofrer com os demônios por toda a Eternidade: ‘Discédite a me, maledíeti, in ignem aetérnum’.” Aquela alma infeliz, ante de afastar-se para sempre do seu Deus, volverá pela última vez o olhar ao Céu e no auge da desolação dirá: “Adeus, companheiros, adeus amigos que habitais o Reino da glória; adeus, pai, mãe, irmãos, irmãs; vós gozareis para sempre, e eu serei para sempre atormentado. Adeus, meu Anjo da guarda, Anjos e Santos todos do Paraíso: Não vos tornarei a ver jamais. Adeus, ó Salvador, adeus ó Cruz santa, adeus, ó Sangue em vão por mim derramado; não vos tornarei a ver jamais. Desde este momento eu não sou filho de Deus; serei para sempre escravos dos demônios no Inferno”. Então, os demônios, que se tornaram senhores desta alma, arrastando-a e empurrando-a, a farão cair nos seu abismos de torturas, de misérias, de tormentos eternos. 

Meu filho, não receais que tal sentença seja também a tua? Ah! Por amor de Jesus e de Maria, prepara com boas obras uma sentença favorável, e lembra-te que, como é terrível a sentença proferida contra o pecador, igualmente consolador será o convite que há de dirigir Jesus a quem viveu cristãmente. “Vêm”, dirá, “vêm para posse da glória que te preparei. Tu me serviste com fidelidade no breve tempo de tua vida; agora gozarás eternamente: ‘Intra in gáudium Dómine tui’.” 

Meu Jesus, concedei-me a graça de poder ser também eu um desses bem-aventurados. Virgem Santíssima, ajudai-me; protegei-me na vida e na morte e especialmente quando me apresentar ao vosso Filho para ser julgado. 


QUINTA FEIRA

O Inferno

O Inferno é um lugar destinado pela Justiça divina para punir com suplícios eternos os que morrem em pecado mortal. A primeira pena que os condenados sofrem no Inferno é a “pena dos sentidos”, que são atormentados por um fogo que queima horrivelmente, sem nunca diminuir de intensidade. Fogo nos olhos, fogo na boca, fogo em todas as partes. Cada sentido sofre a própria pena: os olhos sofrem pela fumaça e pelas trevas e são aterrados pela vista dos demônios e dos outros condenados. Os ouvidos, dia e noite, só escutam contínuos uivos, prantos e blasfêmias. O olfato sofre enormemente pelo mau cheiro daquele enxofre e pez ardente que o sufoca. A boca é atormentada por sede devoradora e fome canina: “At famem patiéntur ut canes”. O mau rico, no meio daqueles tormentos, ergueu o olhar ao Céu e pediu, como grande graça, uma pequena gota de água para mitigar a aridez de sua língua, e também essa gota de água lhe foi negada. Por isso, aqueles infelizes, requeimados de sede, devorados pelas chamas, atormentados pelo fogo, choram, gritam e se desesperam. “Ó! Inferno, Inferno! Como são infelizes os que caem em teus abismos!” – E Tu, que dizes, meu filho? Se tivesses que morrer neste instante, para onde irias? Se agora não podes conservar um dedo sobre uma pequena chama de vela, se não podes aguentar nenhuma fagulha de fogo na mão sem gritar, como poderás aguentar-te, então, entre aquelas chamas por toda a Eternidade? 

Considera, além disso, meu filho, o remorso que experimenta a consciência dos condenados. Eles padecerão o Inferno na memória, na inteligência, na vontade. Recordarão continuamente o motivo da sua perdição, isto é, por terem querido secundar alguma paixão. Esta lembrança é o verme que nunca morre: “Vermis eórum non móritur”. Recordarão o tempo que Deus lhes deu para evitar a perdição, os bons exemplos dos companheiros, os propósitos feitos e não cumpridos. Pensarão nos sermões ouvidos, nos avisos do confessor, nas boas inspirações para deixar o pecado; e, vendo que já não há remédio, lançarão gritos desesperados. A vontade nada terá do que deseja, e, ao contrário, padecerá todos os males. A inteligência conhecerá, finalmente, o grande bem que perdeu. A alma separada do corpo, ao apresentar-se no Tribunal divino, entrevê a beleza de Deus, conhece toda a Sua bondade, chega quase a contemplar por um instante o esplendor do paraíso, ouve talvez também os cantos harmoniosíssimos dos Anjos e dos Santos. Que dor ver que tudo isso se perdeu para sempre! Quem poderá resistir a tais tormentos? 

Meu filho, tu que agora não te importas de perder o teu Deus e o Paraíso, conhecerás a tua cegueira quando vires tantos companheiros teus, mais ignorantes e mais pobres do que tu, triunfarem e gozarem no Reino dos céus, ao passo que tu serás amaldiçoado por Deus, e serás arremessado para longe daquela Pátria feliz, do gozo do mesmo Deus, da companhia da Santíssima Virgem e dos Santos. Eia, pois, faze penitência, não esperes para quando não houver mais tempo, entrega-te a Deus! Quem sabe se não é este o último chamado, e, se não correspondes, quem sabe se Deus não te abandonará e não te deixará cair naqueles eternos suplícios! “Ó!, meu Jesus, livrai-me do Inferno” – “A poenis inférni, libera me, Dómine!” 


SEXTA FEIRA

A Eternidade das Penas

Considera, meu filho, que se fores para o Inferno, nunca mais dele sairás. Lá se sofrem todas as penas, e todas, eternamente. Passarão cem anos que caíste no Inferno, passarão mil, e o Inferno estará ainda em seu começo; passarão cem mil, cem milhões, passarão milhões de séculos, e o Inferno terá apenas principiado. Se um Anjo levasse aos condenados a notícia que Deus os quer libertar do Inferno depois de passados tantos milhões de séculos quantas são as gotas de água do mar, as folhas das árvores e os grãos de areia da terra, esta notícia lhes causaria a maior satisfação. “É verdade”, diriam, “que devem passar ainda tantos séculos, mas um dia hão de acabar”. Pelo contrário, passarão todos estes séculos e todos os tempos que se possam imaginar e o Inferno estará sempre no princípio. Todos os condenados fariam de boa vontade com Deus o seguinte pacto: “Senhor, aumentai quanto entenderdes este meu suplício; deixai-me nestes tormentos por quanto tempo quiserdes, contanto que me deis a esperança de que um dia hão de acabar”. Mas nada; esta esperança, este termo nunca chegará. 

Se ao menos o pobre condenado pudesse enganar-se a si mesmo e iludir-se dizendo: “Quem sabe, um dia talvez terá Deus piedade de mim e me arrancará deste abismo!” Mas não, nem isto: verá sempre escrita diante de si a sentença de sua eternidade infeliz. Pois então, irá ele dizendo, “todas estas penas, este fogo, estes gritos, nunca mais acabarão para mim?”. “Não”, lhe será respondido, “não, jamais”. “E durarão sempre?”. “Sempre, por toda a eternidade”. Sempre, verá escrito naquelas chamas que queimam: sempre, na ponta das espadas que o transpassam; sempre, naqueles demônios que o atormentam; sempre, naquelas portas eternamente fechadas para ele. “Ó! Eternidade! Ó! Abismo sem fundo! Ó! Mar sem praias! Ó! Caverna sem saída! Quem não tremerá ao pensar em ti? Maldito pecado! Que tremendos suplícios preparas para quem te comete! Ah! nunca mais, nunca mais pecarei durante a minha vida.” 

Mas o que deve encher de pavor é pensar que aquela horrível fornalha está sempre aberta debaixo de teus pés, e que é suficiente um só pecado mortal para lá te fazer cair. Compreendes bem, meu filho, o que estás lendo? Uma pena eterna por um só pecado mortal que cometes com tanta facilidade. Uma blasfêmia, uma profanação dos dia santos, um furto, um ódio, uma palavra, um ato, um pensamento obsceno basta para seres condenado às penas do Inferno. Ó!, meu filho, escuta pois o meu conselho: Se a consciência te acusa de algum pecado, vai depressa confessar-te para começar uma vida boa. Põe em prática todos os meios que te indicar o confessor. Se for necessário, faze uma confissão geral. Promete que hás de fugir das ocasiões perigosas, dos maus companheiros, e se Deus te indicasse até que deves deixar o mundo, segue logo a sua voz. Tudo que se fizer para evitar uma eternidade de tormentos é pouco, é nada: “Nulla nímia secúritas, ubi periclitátur aetérnitas”. (S. Bern.). Ó!, quantos na flor da idade abandonaram o mundo, a pátria, os parentes, e foram viver isolados nas cavernas, nos desertos, alimentando-se somente de pão e água, e até às vezes só de raízes, e tudo isto para evitar o Inferno! E tu que fazes, depois de tantas vezes que mereceste o Inferno com o pecado, que fazes? Lança-te aos pés do teu Deus e dize-Lhe: “Senhor, estou pronto a fazer o que Vós quiserdes; nunca mais hei de pecar em minha vida; já por demais Vos tenho ofendido; mandai-me todos os sofrimentos que quiserdes durante esta vida, contanto que eu possa salvar a minha alma”. 


SÁBADO

O Paraíso

Quanto nos apavora o pensamento e a consideração do Inferno, igualmente nos consola a lembrança do Paraíso, preparado por Deus para todos os que O amam e O servem durante esta vida. Para que possas fazer dele uma ideia, contempla uma noite serena. Como é belo contemplar o céu, com aquela multidão e variedade de estrelas! Umas menores, outras maiores, outras estão prestes a desaparecer. Todas, porém, com boa ordem e segundo a vontade do Seu Criador. Acrescenta a isto a visão de um belo dia, mas de tal forma que o esplendor do sol não ofusque a claridade das estrelas e da lua. Supõe, além disto, ter à mão tudo o que de belo se encontrar no mar, na terra, nos povoados, nas cidades, nos paços dos reis e dos monarcas do mundo inteiro. Acrescenta a isto as bebidas mais delicadas, os alimentos mais saborosos, a música mais doce, a harmonia mais suave. Pois bem: tudo isto junto não é nada em comparação à excelência, aos bens, aos gozos do Paraíso. Ó! como bem merece ser desejado e ardentemente amado aquele lugar onde se goza de todos os bens! O bem-aventurado não poderá deixar de exclamar: “Estou saciado da glória do Senhor” – “Satiábor cum apparúerit glória tua.” 

Considera, além disso, o gozo que inundará a tua alma ao entrares no Paraíso. O encontro, o acolhimento dos amigos; a nobreza, a beleza dos Querubins, dos Serafins, de todos os Anjos e de todos os Santos que aos milhões e milhões louvam o Criador; o Coro dos Apóstolos, a multidão imensa dos Mártires, dos Confessores, das Virgens. Há também um exército enorme de jovens que, por terem conservado a virtude da pureza, cantam a Deus um hino que ninguém mais pode entoar. Ó! quanto gozam naquele Reino os bem-aventurados! Sempre mergulhados na alegria, sem a menor doença, sem desgostos e preocupações que perturbem a sua paz e o seu gozo. 

Considera, além disso, meu filho, que todos os bens até aqui considerados são um nada em comparação ao grande prazer que se experimenta na visão de Deus. Ele alegra os bem-aventurados com o Seu olhar amorável, e derrama no seus corações um mar de delícias. Da mesma forma que o sol ilumina e embeleza o mundo inteiro, assim Deus, com a sua presença, ilumina todo o Paraíso, e enche os seus afortunados habitadores de gozos inefáveis. Nele hás de ver, como em um espelho, todas as coisas; gozarás de todos os prazeres da mente e do coração. São Pedro, no Monto Tabor, por ter visto uma só vez o rosto de Jesus radiante de luz, ficou repleto de tanta doçura que exclamou fora de si: “Senhor, bom é para nós que fiquemos aqui” – “Dómine, bonum est nos hic esse”. E lá teria ficado para sempre. Que prazer não será pois contemplar, não por um instante, mas para sempre, para sempre gozar desse Rosto divino que enleva os Anjos e os Santos e que aformoseia todo o Paraíso! E a beleza e amabilidade de Maria! De que prazer deve também encher o coração do bem-aventurado! Ó! Sim! “Quanto são amáveis os teus tabernáculos, ó Senhor!” – “Quam dilécta tabernácula tua, Dómine virtútum!”. Por isso, os Coros dos Anjos e dos Bem-Aventurados cantam a Sua glória dizendo: “Santo, Santo, Santo é o Deus dos exércitos. A Ele seja dada honra e glória por todos os séculos”. 

Coragem, pois, meu filho; neste mundo terá que sofrer alguma coisa, mas não importa: o prêmio que hás de receber no Céu compensará infinitamente todos os teus sofrimentos. Que consolação não será a tua, quando te encontrares no Céu na companhia dos parentes, dos amigos, dos Santos, dos Bem-aventurados, e exclamares: “Estou salvo, e estarei sempre com Deus” – “Semper cum Dómino érimus”. Então é que hás de abençoar a hora em que abandonaste o pecado, a hora em que fizeste aquela boa Confissão e começaste a frequentar os Sacramentos, o dia em que deixaste os maus companheiros e te entregaste à virtude; e cheio de gratidão te volverás para o teu Deus e cantarás Seus louvores e Sua glória por todos os séculos. Assim seja. 


Trecho do livro "O Jovem Instruído na Prática de Seus Deveres Religiosos" (Parte I) - S. João Bosco.

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