Novena Meditada a Santa Francisca Romana
De 28 de Fevereiro a 8 de Março
Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus, nosso Senhor, dos nossos inimigos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Santíssima Trindade, Pai Filho e Espírito Santo, agradeço-vos todos os favores e todas as graças com que enriqueceste a alma de Vossa serva Santa Francisca Romana durante os anos que passou na terra. E pelos méritos de tão querida Santa concedei-me a graça que ardentemente Vos peço de nunca me apartar de Vós e sempre reconhecer que sou vosso(a) e também a graça (...), se for conforme Vossa Santíssima vontade e para a salvação de minha alma.
PRIMEIRO DIA
Santa Francisca, exemplo de santidade no século pelo desprezo do mundo.
I — Considerai que Santa Francisca, penetrada dos ensinamentos de São João, desprezava o mundo e tudo aquilo que ele oferece: riqueza, honra, pompas e grandezas. Deliciando-se somente nas coisas celestes, amou o retiro e a pobreza, servindo a Deus, para o qual é feito unicamente nosso coração, e buscando somente nEle a paz, o contentamento, a alegria e a felicidade. Seguindo o exemplo de Francisca, aprendamos a desprezar o que é terreno e a desejar somente as coisas celestes.
I — Considerai que Santa Francisca, penetrada dos ensinamentos de São João, desprezava o mundo e tudo aquilo que ele oferece: riqueza, honra, pompas e grandezas. Deliciando-se somente nas coisas celestes, amou o retiro e a pobreza, servindo a Deus, para o qual é feito unicamente nosso coração, e buscando somente nEle a paz, o contentamento, a alegria e a felicidade. Seguindo o exemplo de Francisca, aprendamos a desprezar o que é terreno e a desejar somente as coisas celestes.
Pater noster, qui es in caelis Sanctificétur nomen tuum: Advéniat regnum tuum: Fiat voluntas tua, sicut in caelo, et in terra. Panem nostrum quotidiánum da nobis hódie: Et dimítte nobis débita nostra, sicut et nos dimíttimus debitóribus nostris. Et ne nos indúcas in tentatiónem. Sed líbera nos a malo. Amen
Ave, María, grátia plena: Dóminus tecum: benedícta tu in muliéribus, et benedictus fructus ventris tui Jesus. Sancta María, Mater Dei, ora pro nobis peccatóribus, nunc et in hora mortis nostrae. Amen
Glória Patri et Fílio et Spirítui Sancto. Sicut erat in princípio et nunc et semper et in saecula saeculórum. Amen
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
II
— Considerai que Santa Francisca, obrigada a sufocar seu ardente
desejo de ir para a clausura e a abraçar, por vontade dos pais, a vida
conjugal, vivia no mundo com um perfeito desapego de suas adulações e
conservando um espírito claustral e religioso. Para quem vive no
mundo, é um bonito exemplo para seguir as máximas do Apóstolo: et qui utuntur hoc mundo tamquam non utantur[1] (e os que usam deste mundo, como se dele não usassem).
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
III
— Considerai que Santa Francisca, constantemente unida a Deus e com
Ele conversando familiarmente, detestava as coisas do mundo,
convencida, como diz São Tiago, que o afeto às coisas terrenas, cedo ou
tarde, nos torna inimigos de Deus. Aprendamos nós também, a exemplo
de Santa Francisca, a não procurar os gostos e aprovações das
criaturas, mas somente de servir àquele Deus que pode plenamente
consolar-nos em vida e beatificar-nos por toda a eternidade.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
Oração. Ó amável Santa Francisca, vós que, conhecendo as armadilhas que o mundo tende às almas e a falsidade de suas promessas, desejaste, desde vossa mais tenra idade, retirar-vos em uma clausura para poder desfrutar mais livremente os frutos beatos da íntima união com Deus, obtende para nós, ainda tão sujeitos às adulações do século, uma santa execração do mundo e de suas estultas máximas, para que não triunfem nunca em nossos corações, e possamos compreender que não pode ser verdadeiro servo de Deus quem quer encontrar a aprovação dos homens. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
SEGUNDO DIA
Santa Francisca, exemplo de santidade pela vitória sobre o respeito humano.
I — Considerai que Santa Francisca não cedeu nunca, mas triunfou sempre sobre o respeito humano.
Modesta e pobre no vestir, dedicada às obras de caridade nos
hospitais públicos e em sua própria casa, que transformou em um abrigo
de mendigos e doentes de todo tipo, não se interessava absolutamente
pelas críticas de seus pares, nem se deixou vencer pelo temor de
ofuscar o esplendor de seu nome e de sua ilustre parentela. Que
reprimenda para quem se deixa dominar pelas humanas cortesias e
esquece a terrível ameaça de Jesus Cristo para quem se envergonhar
dEle!
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
II
— Considerai que Santa Francisca buscou conceber um modo pelo qual
triunfar sobre o respeito humano. Quis, portanto, conduzir um vil
jumento carregado de lenha, e carregou ela mesma, pela cidade; mendigou
de porta em porta o sustento de outros. Uniu-se aos pobres, os
medicou, os assistiu, sem apreço à sua nobre condição. Mas nós,
temerosos e medrosos, nos afastamos das obras virtuosas por temor dos
gracejos dos mundanos. Aprendamos com Francisca a dominar todo
respeito humano.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
III
— Considerai que o Instituto das Oblatas fundado por Santa Francisca é
um monumento perene de seu triunfo sobre os respeitos humanos: porque
tantas almas guiadas pela graça divina se retiram do mundo para
conduzir uma vida húmil, sujeitada, pobre e austera, podendo, portanto,
repetir com o salmista: elegi abiecta esse in Domo Dei mei, magis quam habitare in tabernaculis peccatorum[2] (escolhi deter-me no limiar da casa de meu Deus do que morar nas tendas dos pecadores).
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
Oração. Ó laudável Santa Francisca! Como bem soubeste não somente vencer os respeitos humanos mas procurar todas as ocasiões para desprezá-los e demonstrar que unicamente vos era premente o serviço a Deus e a glória que a Ele advêm. Nós, no entanto, mornos e negligentes no servir ao Senhor, temendo os falazes juízos dos homens, deixamos frequentemente de bem obrar, transcurando os nossos próprios deveres por um vil respeito humano, e pouco ou nada tememos os tremendos juízos de Deus. Eia! Buscai uma viva chama e uma graça eficaz para não ter outro escopo além de Deus, que será nosso juiz e nas mãos de quem está nossa sorte. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
TERCEIRO DIA
Santa Francisca, exemplo de humildade pela caridade de Deus e do próximo.
I
— Considerai que Santa Francisca, persuadida que toda a lei está
contida na caridade de Deus e do próximo, amou sumamente Deus e imitou
quase a própria caridade dos Serafins; a Deus sempre aspirava,
imergindo-se continuamente em sua infinita amabilidade até perder o uso
dos sentidos. Mas nós, ó, quão pouco amamos o nosso bom Deus, digno de
todo o nosso afeto! Rogamos a Santa Francisca de obter-nos uma santa
caridade, par à dela, e de nos inflamar o coração de santo divino
amor.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
II
— Considerai que Santa Francisca foi impregnada pelas máximas de São
João de que, vale dizer, não é possível amar a Deus sem amar ao
próximo; porém amou ao seu próximo indo além das aparências e
considerando, a todos, filhos do mesmo pai, imagens do Criador,
partícipes dos mesmos mistérios, frutos da própria redenção e chamados
à herança eterna; os amou, então, sem diferença de idade, de grau, de
condições, de prerrogativas. É tal a nossa caridade para com o
próximo? Amamos nele aquilo que é de Deus? Ou seja, os dotes, os
privilégios, a condição? Reformemos nossa caridade e amemos a Deus no
próximo.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
III
— Considerai que Santa Francisca deu a maior prova de caridade,
exercitando-a indistintamente em obras de bem para com o próximo
necessitado de espiritual ou temporal socorro. Aflitos e tribulados,
adversários e inimigos tinham nela a consoladora, o arco de concórdia e
de paz. Viúvas, pobres, abandonados e enfermos em particular, nela
encontravam a advogada, a tutora, o sustentáculo, o medicamento. Todas
as obras de Santa Francisca revelavam, em suma, o seu ardente amor do
próximo. São tais as nossas obras? Lembremo-nos da advertência de São
Tiago, o qual declara que mente qualquer um que diga de amar ao próximo
e não o socorre em suas indigências.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
Oração. Ó grande Santa Francisca! Nós invocamos uma daquelas chamas de caridade que abrasaram o vosso coração e que, nutridas do mais intenso amor de Deus, se derramaram benéficas sobre o próximo em obras exímias por vós constantemente praticadas em prol dele. Desejaríamos vos assemelhar de algum modo no amar verdadeiramente a Deus com todo o coração, com todas as forças, com toda a mente, e no amar verdadeiramente, por Deus, o nosso próximo. Obtende-nos este divino fogo de caridade, para que nossos corações, purificados de toda sujidade e esvaziados de todo afeto terreno, nada mais amem, a nada mais aspirem a não ser a Deus, sumo bem, e exclamem, junto com as almas enamoradas dEle: Deus meus et omnia: Deus meus et omnia[3] (Meu Deus e Tudo: Meu Deus e Tudo). E, acesos de amor divino, amem, em Deus e por Deus, o seu próximo, zelando pelo seu bem espiritual e empregando-se ao seu proveito até mesmo temporal; onde, cheios de tal divina caridade em terra, consigam ser a parte da caridade consumida dos beatos no Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
QUARTO DIA
Santa Francisca, exemplo de santidade pela paciência e fortaleza nas desventuras.
I
- Considerai que a caridade de Santa Francisca a tornou forte nas
desventuras às quais Deus quis sujeitar a sua virtude escarnecida e
gracejada na morte dos filhos, nas desgraças do consorte, na desolação e
decadência da família! Francisca suportou tudo com animo invicto, por
amor daquele Deus do qual reconhecia todas as coisas. Como nos
comportamos nós nas adversidades? Distinguimos nelas, como é nosso
dever, a mão de Deus? Façamo-lo daqui por diante e, a imitação de
Francisca, sofrendo com paciência, demos a Deus uma prova sincera de
nossa caridade.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
II
— Considerai que, em Santa Francisca, a fortaleza nas desventuras
nascia da uniformidade às divinas vontades, das quais nunca se apartou,
seja nas desgraças domésticas, seja na sua saúde delicada, seja nas
contrariedades e obstáculos encontrados ao fundar a sua congregação.
Fiel a si mesma, ela bendizia, como Jó, a Deus. Temos nós tal constância
no sofrer, tanto no espírito, quando no corpo? Tanto de Deus, quanto
dos homens? Lembremo-nos que a paciência é a perfeição de todas as virtudes.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
III
— Considerai que Francisca não somente foi constante no sofrer, mas
foi também contente e alegre durante os padecimentos, sempre jovial,
sempre faceira em seu coração nas contrariedades e dificuldades que
Deus permitiu que ela sofresse dos demônios. Fiando-se na divina
promessa de Jesus Cristo, esperava com firmeza que as tribulações se
convertessem em júbilo eterno. Animemo-nos também nós pelo exemplo de
Santa Francisca, na esperança dos prêmios eternos, pois os padecimentos
trazem consigo tal esperança que nunca há de faltar.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
Oração. Ó nossa grande advogada! Não obstante vos encontraste sempre no meio das mais vivas tribulações, e, como navio na tempestade, agitada por ondas e marouços, soubeste assim mesmo bem resignar-vos e confiar-vos às divinas vontades, até alegrar-vos e regozijar-vos nas aflições! Ó vós beata! E nós, ao invés, míseros e infelizes, cercados e assaltados por inimigos e por aflições, não sabemos tirar proveito, nos turbamos e nos desencorajamos. Eia, pois! Faça, ó grande Santa, que, ao sobrevir a prova, alcemos logo a mente e os olhos aos Céus e que, não conseguindo deixar de gemer: ipsis intra nos gemimus[4] (gememos em nós mesmos), com o Apóstolo e convosco, nos consolemos na esperança da Redenção amorosa cujo preço recairá sobre os tribulados: Adoptionem filiorom Deis expectantes redempltionem corporis nostris (aguardando a adoção de filhos de Deus, a redenção dos nossos corpos). Esta é a graça que vos pedimos. Faça que no padecer presente nos seja de conforto a lembrança daquele dia beato em que o Redentor divino virá a purificar as lágrimas dos justos, a premia-los com a alegria eterna.
QUINTO DIA
Santa Francisca, exemplo de santidade e religião pela sua humildade.
I — Considerai que Santa Francisca, certa de como Deus enriquece com sua graça os humildes, pôs todo empenho em descobrir como adquirir a humildade. Portanto, foi humilde nas roupas e na conduta; de sua boca não saiu nunca uma palavra, uma menção à sua nobilíssima posição; nunca a mínima vanglória de suas obras virtuosas, dos dons das graças celestes das quais foi favorecida. Qual é nossa postura externa? Qual a linguagem nossa? Lembremo-nos que quem se exalta será por Deus humilhado.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
II
— Considerai que Santa Francisca, a exemplo de Jesus Cristo, humilde
de coração, não somente nunca proferiu sequer um único auto-elogio,
como truncava todo discurso que pudesse redundar em sua glória e
habilmente escondia aquelas graças, aquelas virtudes que apareciam
eventualmente aos olhos dos outros. Confrontemos a nossa humildade com a
da Santa. Talvez sob humilde aparência conservemos ainda um orgulho
que se manifesta em uma alusão, em uma palavra, em um discurso a nosso
benefício. Aprendamos com Francisca a sermos verdadeiramente humildes
de coração.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
III
— Considerai que Santa Francisca quis ser sinceramente humilde,
porque era convicta que Deus é generoso de suas graças aos humildes e
as recusa aos soberbos; que os humildes serão um dia exaltados aos
tronos celestes, e os soberbos derrubados até os abismos. Aprendamos
por nós mesmos essa filosofia tão aceita e premiada por Deus.
Reconheçamo-nos servos do Senhor; meditemos sobre nosso "nada"
respeito a Deus e sobre a nossa impotência a todo bem, e seremos
assim, como Francisca, verdadeiramente humildes.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
Oração. Ó humilíssima Santa Francisca! Vós, tão favorecida por Deus de dons sobrenaturais, enriquecida pela contemplação, pelos êxtases e pelas visões, feita digna de ver a santíssima Virgem, o divino seu Filho, confiada de sublimes mistérios e privilegiada com a presença visível e a familiar conversação com vosso Anjo Guardião, foste, porém, tão humilde de estimar-vos merecedora de todo desprezo, e, mais ainda, de reputar-vos serva indigna do Senhor, das graças dEle e de estar à sua presença! Nós, porém, temos tal conceito de nós mesmos que, conquanto pecadores, desejamos o louvor dos outros, a estima e a aprovação dos homens ainda que sempre falazes em seus juízos, enquanto não nos cuidamos de permanecer caros aos olhos onividentes de Deus. Eia, pois! Faça com que aprendamos convosco a lição prática da humildade sincera, de modo que, reputando-nos por aquele nada que somos, possamos ser conduzidos por ela até sermos, um dia, elevados por aquele mesmo Deus que olha amorosamente os humildes e rejeita os soberbos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
SEXTO DIA
Santa Francisca, exemplo de santidade por sua obediência.
I - Considerai que Santa Francisca, convicta que a obediência é a via mais breve para conseguir o reino dos Céus, praticou sempre tal virtude sem que nenhuma obra, por árdua e difícil que fosse, a fizesse titubear. Era tanta a estima que tinha disso que quis ser a última na casa por ela fundada e, se aceitou a direção, foi somente para obedecer a Deus que lhe fez conhecer sua vontade. Como amamos nós a obediência? Lembremo-nos que o próprio Filho de Deus: Factus est obediens[5] (Fazendo-se obediente).
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
II
— Considerai que a obediência de Santa Francisca foi como a descreve
São Bernardo para ser perfeita; isto é, diligente, simples, pronta,
constante. Obedeceu sem aborrecimento e aversão, sem avaliar a pessoa de
quem recebia o comando; não pôs nenhuma demora no obedecer, e isso em
todas as idades, em todos os estados de sua vida. Comparemos a nossa
obediência àquela de Francisca e nos vergonharemos de nossas
resistências, de nossa obstinação no querer discutir as ordens recebidas
e no adiar a execução, e insinuar a nossa vontade à vontade dos
outros. Aprendamos com Santa Francisca a obedecer de bom grado,
simplesmente e com presteza.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
III
— Considerai que Santa Francisca obteve como prêmio de sua perfeita
obediência a contemplação, o êxtase, as visões, as profecias, a
conversação com o anjo, as vitórias conseguidas sobre os demônios;
porque Jesus Cristo trata como seus irmãos, irmãs e seus mais próximos
parentes os verdadeiros obedientes, e o Espírito Santo declarou que
quem é verdadeiramente obediente cantará plena vitória sobre seus
inimigos. Se quisermos ter com Jesus Cristo tão estritos liames, se
desejamos triunfar sobre nossos inimigos espirituais, obedeçamos,
imitando Francisca, a quem tem o lugar (vicário) de Deus, e máxime a
quem nos guia no espírito, porque nesses, diz Jesus Cristo, cremos ou
desprezamos a Ele próprio.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
Oração. A vós recorremos neste dia, o Santa Francisca, com toda a fidúcia dos nossos corações. Tendo-nos vós ensinado a obedecer com presteza, alegria e sem réplica, conhecendo na vontade de quem comanda o querer de Deus, nosso supremo Amo e Senhor, obtende-nos lumes suficientes para compreender o valor da virtude da obediência e a termos prontas disposições para colocá-la em prática, para que, seguindo vosso exemplo, possamos adimplir quanto nos é ordenado pelos superiores, como nos fosse expresso pela voz de Deus mesmo, onde merecer um dia aquela coroa incorruptível de glória prometida aos verdadeiros obedientes e com a qual vós, ó grande Santa, já vos regozijai lá em cima, no céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
SÉTIMO DIA
Santa Francisca, exemplo de santidade pelo espírito de oração
I - Considerai que a vida de Santa Francisca pode dizer-se uma contínua oração, porque, além de seu longo rezar pela manhã e à noite e durante o dia, ou em seu privado oratório ou na igreja, mesmo obrando tinha a mente fixada em Deus de modo que não raramente obrava alienada dos sentidos e toda absorta nEle. Se não podemos pretender a tanto, rezemos ao menos nos lugares e tempos devidos; tenhamos habitualmente no coração e na mente a presença de Deus, a Ele enderecemos as nossas ações, merecendo assim de ser-Lhe unidos.
I - Considerai que a vida de Santa Francisca pode dizer-se uma contínua oração, porque, além de seu longo rezar pela manhã e à noite e durante o dia, ou em seu privado oratório ou na igreja, mesmo obrando tinha a mente fixada em Deus de modo que não raramente obrava alienada dos sentidos e toda absorta nEle. Se não podemos pretender a tanto, rezemos ao menos nos lugares e tempos devidos; tenhamos habitualmente no coração e na mente a presença de Deus, a Ele enderecemos as nossas ações, merecendo assim de ser-Lhe unidos.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
II
- Considerai que a oração de Santa Francisca era acompanhada de viva
fidúcia e de profunda humildade. Implorava com fidúcia na divina
promessa: buscai e obtereis, mas se considerava, ao mesmo tempo, diante
de Deus, como uma cega necessitada de luz, como uma indigente de
qualquer bem e necessitada de ser enriquecida. Lamentamo-nos gravemente
que as nossas orações não são frutuosas como aquelas de Francisca, mas
temos, ao rezar, a fidúcia dela, a humildade dela? Indaguemos em
nossa alma do que realmente necessitamos e rezemos com fidúcia, sem
titubear, certos que a oração nos dará quanto pedimos.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
III
- Considerai que a oração de Santa Francisca era acompanhada do
fervor do espírito atual, da fé da divina presença e das efusões do
coração. Pedia graças espirituais e também temporais, mas
resignatíssima às divinas vontades e concluía as suas orações dizendo:
Seja feita, ó Senhor, a vossa santíssima vontade! Se as nossas
orações não são assim, ou não nos esforçamos ao menos de torná-las
iguais, qual surpresa se não obtemos quanto pedimos? Aprendamos com
Francisca a rezar, a pedir com fervor do espírito e com plena
submissão à divina vontade.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
Oração. Ó admirável Santa Francisca! Eis-nos aos vossos pés, a suplicar-vos de obter do altíssimo Deus aquele espírito constante de oração de que foi sempre animada a vossa grande alma! As nossas orações são languidas, acompanhadas de pensamentos, de distrações contínuas; são como canas agitadas pelo vento e restam sem frutos. As almas nossas são desamparadas, abandonadas porque não se nutrem deste alimento: aruit cor meum: quia oblitus sum comedere panem meum[6] (O meu coração está seco, pelo que até me esqueço de comer o meu pão). Eia, pois! Obtende-nos vivo lume à mente para conhecer a necessidade de bem rezar e um vivo impulso a fazê-lo de agora em diante, com fidúcia, com perseverança, com ardor, com submissão. Obteremos, assim, todas as graças que bramamos em vida e poderemos obter o dom máximo da perseverança final ao qual devem convergir todas as nossas aspirações. Assim seremos convosco no Céu ó grande Santa e nossa advogada Francisca, a fruir da glória eterna! Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
OITAVO DIA
Santa Francisca, exemplo de santidade, por sua mortificação.
I - Considerai que Santa Francisca, a imitação de S. Paulo, subjugou seu corpo, não obstante inocente, reduzindo-o à servidão do espírito, por meio de jejuns, penosos cilícios e duríssimas disciplinas. Se nós não temos coragem de praticar tanto, sofremos ao menos com paciência as dores, as enfermidades, com as quais eventualmente o Senhor nos visita; aceitemos de boa vontade tudo quanto contraria nossos gostos, as nossas inclinações e assim nos habituaremos à mortificação cristã.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
II
- Considerai que Santa Francisca uniu à mortificação da carne também
aquela do espírito. Portanto, não obrou nunca segundo a própria
inclinação, mas se sujeitou inteiramente a quem tinha em relação a ela o
lugar de Deus, adaptando a própria vontade à do outro, renegando
sempre a sua vontade. Empenhemo-nos também nós de imitar ao menos esta
interna mortificação, mirando-nos ao exemplo de Francisca. Qualquer
pena custe ao nosso amor próprio, lembremo-nos que o Paraíso se
consegue com a violência (a nós mesmos, à nossa vontade própria)!
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
III
- Considerai que o espírito de mortificação interna e externa de
Francisca era estimulado da percepção de dever portar a cruz a
semelhança do Crucificado e, como ele, fazer a vontade divina.
Assentimo-lo, portanto, também nós e revestimo-nos deste espírito de
dupla mortificação sem a qual não seremos nunca verdadeiros sequazes de
Jesus Cristo. Persuadamo-nos que não é possível seguir o nosso Chefe e
comandante que nos precede com a cruz, espinhos e pregos, obediente
até a morte, permanecendo nós mesmos entre os ágios e as delícias, com
apenas a nossa vontade como guia.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
Oração. Ó Santa Francisca! Vós soubestes domar tão bem o vosso corpo com austeridade e rigores, com jejuns e asperíssimas penitências que podeis comparar-vos aos mais rígidos penitentes; freastes também todas as vontades de vosso espírito em tal modo que, renegando sempre a vossa vontade para fazer a dos outros, nos ensinaste a percorrer o seguro caminho da salvação, demonstrando-vos, com a vossa dupla mortificação, verdadeira sequaz de Jesus! Que devemos dizer de nós, tão distantes da mortificação cristã que muito delicadamente tratamos o nosso corpo, e tão distantes de abjurar a vontade e submetê-la àquela de quem dirige as nossas almas? De nós tão fáceis a procurar tudo aquilo que nos apraz e a abominar a Cruz de Jesus Cristo? Eia, pois! Ó grande Santa, obtende-nos graças supremas para imitarmos os vossos exemplos e percorrermos as vias calcadas pelos Santos e ensinadas pelo Santo dos Santos, onde fazer parte um dia de seu beato séquito. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
NONO DIA
Santa Francisca, exemplo de santidade, pelo destaco das coisas terrenas, na vida e na morte.
I - Considerai que Santa Francisca, enamorada somente de Deus, a Ele somente desejava, desinteressada das coisas terrenas, nem mesmo quando viveu no século e muito mais quando se retirou a viver com suas filhas na Congregação. Ela tinha os víveres, as vestes, tudo, como emprestado, sem apegar-se a eles. Nós também consideramos assim os bens, os ágios e tudo o que a providencia nos fornece? Consideramos tudo como passageiro e incapaz de satisfazer-nos?
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
II
- Considerai que o espírito de Francisca, destacado das coisas
terrenas, era voltado somente para Deus e para os bens eternos. Por
isso, a contemplação contínua, os arrebatamentos, o êxtase, a
conversação com os "beati comprensori" (os anjos); por isso, aquele seu
falar suave, comovente, repleno de força celeste, que atraía, que
iluminava, arrebatava e conquistava para Deus todos aqueles com que
falava. Quando devemos deplorar o nosso espírito sempre imerso em
preocupações terrenas até mesmo quando rezamos, e nossos discursos
sempre imperfeitos! À imitação de Francisca, busquemos somente a Deus e
às coisas eternas; não dignemos com nossa afeição as coisas desta vida
pois: Ubi est thesaurus tuus ibi erit cor tuum[7] (porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração).
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
III
- Considerai que Francisca fez conhecer em seu leito de morte quanto
foi destacada das coisas terrenas e até mesmo de si mesma pela
obediência. Aí está ela, pois, ao ponto extremo, plácida, serena,
tranqüila, sem aflição pelo que estava a deixar, segura de alcançar em
breve aqueles bens aos quais por toda sua vida fora atraída. Recomenda
às filhas o destaco do mundo, o amor a Deus, a caridade recíproca, a
obediência e, serenamente, encontra a morte dos justos. Ó morte beata!
Se nós também queremos uma graças semelhante, esforcemo-nos de
percorrer as mesmas vias, consolados em morte, felizes pela
eternidade.
Pater, Ave, Gloria.
Santa Francisca Romana, rogai por nós.
Oração. Desfrutai, em paz eterna, ó grande Santa e nossa advogada Francisca, aquele sublime grau de glória com o qual Deus, justo retribuidor, recompensa largamente os vossos méritos pelo exercício das virtudes cristãs e pelas vossas santas obras. Mas do vosso trono de glória, volvei o olhar sobre nós, vossos devotos! Que será de nós? Chegaremos um dia a sermos participes desta glória? Viremos a contemplar a face de Deus, a amá-lo para sempre, a comprazer-nos eternamente com os anjos, com os santos, convosco, no Céu? Veniam et apparebo ante facie Dei?[8] (irei contemplar a face de Deus?). Fomos criados todos para isto, mas as nossas culpas, as nossas fraquezas, os perigos da vida presente, nos enchem de temor. Eia, pois! Ó grande Santa, protegei-nos! Obtende-nos graças fortes, lumes abundantes para seguir o reto caminho da virtude, e faça com que, com a vossa intercessão, possamos alcançar este fim beato. Esta é a graça que sobre todas as coisas vos pedimos.
Estendei a vossa proteção sobre a santa cidade de Roma, vossa pátria, e sobre a Sé Apostólica, que a torna rainha do mundo católico. Protegei o Chefe visível da Igreja, o Sumo Pontífice, e faça que, como pó ao vento, se dispersem os ultrajantes e tolos conselhos dos inimigos da Igreja. Finalmente, volvei um olhar para as vossas diletas filhas; faça que nelas o vosso espírito de caridade, de observância, de retiro, de obediência seja sempre constante. Bendizei-as espiritualmente, bendizei-as até mesmo temporalmente, de modo que, reproduzindo nesta vida as vossas virtudes, formem a vossa glória aqui e vos façam, um dia, nobre coroa no Céu, onde todos esperamos chegar, mediante a vossa amável e potente intercessão, que novamente imploramos humildemente. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Mosteiro das Oblatas de Santa Francisca Romana:
Monastero delle Oblate di Santa Francesca Romana
via del Teatro di Marcello, 32
00186 - Roma - Italia - www.tordespecchi.it
Tradução: Giulia d'Amore di Ugento
[2] Salmos, 84,11
[3] Mote da Ordem de São Francisco
[4] Romanos, 8,23
[5] Filipenses 2,8
[7] Mateus, 6,21
Outras devoções de Fevereiro: http://precantur.blogspot.com/2017/02/devocoes-de-fevereiro.html.
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