VISITAS AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO E A MARIA SANTÍSSIMA PARA TODOS OS DIAS DO MÊS.
ATOS DE PREPARAÇÃO E DE AÇÃO DE GRAÇAS PARA A SAGRADA COMUNHÃO.
MODO DE REZAR A COROA DAS DORES DE NOSSA SENHORA E ATOS QUE DEVE FAZER O CRISTÃO TODOS OS DIAS.
LINDA EDIÇÃO DE NOVAS ORAÇÕES E A NOVENA AO SANTÍSSIMO E DEVOÇÕES A NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DA ROCHA.
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RELIGIOSOS PROTESTOS
I.
Eu o mais miserável e maior de todos os pecadores, com o mais profundo respeito e submissão, humildemente prostrado ante o Trono de vossa Divina Majestade, e na vossa adorável e respeitável presença, protesto que creio firmemente tudo quanto crê e ensina a Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana, única e verdadeira Igreja, fora da qual não ha salvação, pois só esta foi instituída por Vós, verdadeiro Deus, e verdadeiro Homem, Verbo Divino feito carne para redenção dos homens, Redentor e Salvador nosso, Supremo Juiz que nos haveis de julgar, unigênito do Eterno Pai consubstancial com ele mesmo, e com Ele e com o Espirito Santo o mesmo e Único Deus. N’esta Fé, cujos mistérios todos e cada um dos seus artigos aqui hei por explicitamente confessados, e na qual por misericórdia Vossa, Senhor, tenho vivido desde o meu baptismo, protesto querer constante e inviolavelmente persistir, e apesar de tudo permanecer até ao ultimo instante da minha vida. Protesto vencer e desprezar, mediante a Vossa Graça todas as tentações com que o inimigo comum do gênero humano me possa acometer contra qualquer dos Dogmas ou verdades reveladas ensinadas pela Santa Madre Igreja, para o que imploro a Vossa Divina Graça, só com a qual poderei triunfar do mesmo inimigo; e se por desgraça minha, acontecer, que alienado dos sentidos, eu diga, pense ou faça alguma cousa que seja, ou pareça ser contraria, ou menos conforme a estes meus protestos, desde já para sempre tudo isso retrato, desdigo, revogo, desprezo, e declaro que nada d’isso é minha vontade, e que só é a renuncia, resistência, combate, e vencimento de tudo quanto for oposto ou menos conforme à Vossa Divina Fé.
II.
Protesto na vossa adorável presença, Senhor, que desejo render-vos infinitas graças, por me haverdes tirado do nada, criado para Vós e à Vossa imagem e semelhança, especialmente por me haverdes feito Cristão, chamando-me ao santo baptismo, e por ele ao seio da santa Igreja, concedendo-me o preciosíssimo dom da Fé com as mais virtudes infusas, e adotando-me por vosso filho e herdeiro do Céu, isto só a impulsos do vosso amor e Misericórdia, dignando-vos escolher-me entre milhares e preferir-me a um sem numero d’almas, que por vossa terrível e adorável Justiça foram deixadas na massa da perdição. Ah! que graças podem ser bastantes para tão especial e gratuita predileção!
E que direi eu da particular providencia com a qual desde os meus primeiros anos, desde o principio da minha existência no mundo, tendes vigiado sobre mim como o mais desvelado e amante Pai, fazendo sensível por modos tão notáveis, particulares, e até extraordinários um cuidado paternal o mais solicito e extremoso! Que direi da pasmosa paciência com que tendes sofrido minhas enormes ingratidões e ofensas, com que me tendes esperado, com que, como a porfia comigo, quanto mais vos tenho ofendido, com quanto mais profusão, vós me tendes acumulado de graças, de dons e de benefícios! Bendito sejais, Senhor, por toda a Eternidade. Oh! se todos os meus membros se convertessem em línguas, nem ainda assim, bastariam para assaz vos louvar e engrandecer! Gloria, honra e louvor vos deem por mim todas as criaturas. Fazei Senhor, por vossa infinita Misericórdia, que até ao ultimo instante da minha vida eu permaneça n’estes sentimentos de gratidão, que os renove com maior fervor na hora da minha morte, e que vá louvar-vos e bendizer-vos por toda a Eternidade.
III.
Posto que os meus pecados tenham sido sem numero e mui graves e enormes, protesto que nem por isso ó meu Deus, desconfio da Vossa Divina Misericórdia a respeito do perdão d’eles e da minha salvação, antes pelo contrario muito confio que toda a Trindade Santíssima pelos infinitos merecimentos da Vossa Paixão e Morte, se ha de compadecer de mim, perdoar-me e salvar-me; mas para que esta esperança não seja da minha parte temerária, protesto e desejo de todo o coração animá-la com a pratica das boas obras e exato cumprimento dos meus deveres, para o que repito e renovo aqui, e proponho renovar e repetir na hora da minha morte as promessas do meu baptismo, renunciar satanás, às suas pompas, e obras, prometendo de conformar a minha vida com a minha fé, e de vos amar, servir, obedecer em quanto viver, e vos rogo e suplico o mais eficazmente possível me concedais a graça da perseverança e me assistais com o vosso poderoso auxilio agora e sempre, porem especialmente na hora da minha morte.
IV.
Já que até aqui tenho sido tão ingrato duro, e rebelde para convosco, meu amorosíssimo Redentor, que não só vos não tenho amado como devo, antes ofendido, e negado o por tantos e tão rigorosos títulos, devido tributo d’amor; já que sendo Vós o centro do meu coração, e devendo o meu coração ser todo para Vós, eu desgraçadamente em lugar de vos amar com todo o meu coração, é talvez a Vós a quem menos tenho amado: agora protesto, e desejo ansiosamente d’aqui em diante, até ao ultimo momento da minha existência, amar-vos sobre todas as cousas, com todo o meu entendimento, com todo o meu coração, com toda a minha alma, e com todas as minhas forças e só a vós amar, e ser o vosso amor o único dominante e soberano do meu coração.
Por amor de Vós, ó meu Deus, eu protesto também d’aqui em diante amar ao meu próximo como a mim mesmo. Por amor de Vós perdoo do coração a todos os meus inimigos, a todos quantos me têm ofendido, ou querem ofender, ou têm feito, ou desejam por qualquer modo ou maneira fazer mal: perdoai-lhes Senhor, não os castigueis: retribui-lhes antes em bens e graças, o mal que me houverem feito ou desejado fazer.
Por amor de Vós eu humildemente peço perdão a todos que eu tiver ofendido e escandalizado por palavras, obras, maus exemplo s, ou por simples descuidos e omissões: desejo dar todos, e a cada um, a devida satisfação e reparação, e muito vos suplico. Vos digneis fazer-me conhecer o que a este respeito devo praticar para alivio da minha consciência, prometendo eu tudo prontamente executar antes que chegue a hora da minha morte.
V.
Não é possível, ó meu Deus, bem amar-vos sem ter um grande pesar de vos não ter amado, por isso, muito e muito me pesa de vos não ter amado, e de vos haver tanto ofendido: protesto nunca mais ofender-vos; proponho emendar-me. Abomino e detesto tudo quanto é pecado; declaro e protesto que desde agora até ao ultimo instante da minha vida não quero mais desagradar-vos, não quero consentir em pensamento algum contra a vossa divina Lei: antes tormentos, antes infâmia, antes total perda de bens e de saúde, antes morte do que um só pecado e ofensa do meu Senhor. Quem dera a meus olhos lagrimas perenes e inconsoláveis, para chorar de dia e de noite os meus pecados! Oh! se o coração se me partira de dor e contrição de os haver cometido! Se eu morresse de excesso de pesar e arrependimento de ter pecado! Só Vós ó meu JESUS me podeis conceder tão especiais graças; eu as desejo sinceramente no meu coração, eu vol-as suplico humilde e ansiosamente. Mas que! um tão grande pecador ainda ousa pretender ser ouvido e atendido? Uma criatura tão ingrata e rebelde, ainda se atreve a suplicar graças, e graças tão especiais? Sim, ouso e suplico porque a Vossa Bondade, Amor e Misericórdia para com os pecadores não tem limites. Oh! se também houvera remédio para não ter pecado! Custasse ele o que custasse; custasse o sangue das veias, custasse a própria vida, todo o Sangue, mil vidas eu dera de boa vontade para Vos não ter ofendido uma só vez. Senhor, Misericórdia! Não entreis em juízo de rigor com o Vosso servo. Quem ó meu Deus aparecerá justificado na vossa presença! Continuai Senhor, a ostentar como até agora tão liberalmente tendes ostentado n’este miserável pecador, as Vossas Misericórdia s Eterno Pai, fixai vossos amorosos olhos sobre a face do vosso divino filho, meu Senhor JESUS Cristo, compadecei-vos de mim e perdoai-me. Esquecei-vos para sempre dos meus crimes, admiti-me à vossa Graça e amizade, e não permitais que eu torne a perder joia tão preciosa e inestimável. Não me deixeis jamais cair em tentação. Fazei com a vossa poderosa Graça, que sempre, mas especialmente no transe da morte, eu possa vencer e sair triunfante de todas as tentações e do tentador. Graça e Misericórdia Senhor, digo eu agora, Graça e Misericórdia desejo eu dizer na hora da minha morte.
VI.
Protesto, que eu desejo com a maior eficácia que me é possível, receber, na proximidade da minha morte todos os Santos Sacramentos próprios dos enfermos que se acham n’aquele perigo, e desde já, e com o maior empenho os peço. Peço o Santo Sacramento da Penitencia, e a vós, Senhor, todas as graças necessárias e convenientes para fazer então uma boa e perfeita confissão. Peço a Santíssima Eucaristia por viatico, e a vós, Senhor, me concedais os afetos mais devotos de que o meu coração é capaz, ajudado com a vossa Graça, para receber com o devido fruto o vosso Corpo, Sangue, Alma, e Divindade tão real e perfeitamente como estais no Céu, bem que oculto aos nossos olhos debaixo das espécies sacramentais. Peço-vos mui humildemente, ó meu amado JESUS não permitais que eu então fique privado da consolação de receber este preciosíssimo penhor da futura imortalidade. Desejo que a devoção e fervor d’esta minha ultima comunhão repare a tibieza e indignidade de todas quantas comunhões tenho feito em todo o decurso da minha vida. E se por qualquer incidente eu não poder conseguir esta felicidade, desde já eu declaro e protesto, que em tal caso a minha vontade e os meus mais veementes desejos são, de, ao menos comungar espiritualmente, e receber em desejos no meu coração o vosso Corpo Sacramentado, render-vos todos os meus afetos como se efetivamente vos recebesse, e desde já também rogo-vos digneis aceitar benignamente estes meus sinceros desejos, e derramar em minha alma, então mais que nunca necessitada, os vossos divinos dons e graças. Peço igualmente desde já o Santo Sacramento da Extrema-Unção, e a vós, meu Senhor JESUS Cristo, a disposição necessária para o receber, com fruto; e no caso de não o poder receber que nem por isso fique privado dos seus efeitos espirituais e tão saudáveis, dignando-vos vós, Senhor, misericordiosamente liberalisar-mos para conforto da minha alma em tão arriscado transe, a fim de resistir corajosamente, e vencer o inimigo. Peço em fim todas as orações, assistências, e socorros espirituais da Igreja, destinados para aquele passo; a aplicação da Indulgencia plenária; e benção Papal do Santo Padre Benedito XIV, e toda e qualquer benção e absolvição que possa ter lugar então receber; a lição dos salmos penitenciais, o oficio d’agonia, e todas as mais orações respetivas do ritual Romano, as quais todas desejo, e me proponho repetir e acompanhar conforme o estado da enfermidade m’o permitir, se não poder com a boca, com o coração, em espirito contrito, humilde e religioso, e desejo exalar o meu ultimo suspiro tendo invocado muitas vezes antes com fé e devoção, e repetindo então eu mesmo com a maior ternura e fervor o vosso Santíssimo e dulcíssimo nome, e o de vossa querida Mãe minha Senhora, pois é assim que eu quero, proponho, e ardentissimamente desejo finalizar a vida, e entregar a minha alma nas vossas mãos.
VII.
Protesto que com toda a resignação, e com a melhor vontade, aceito da vossa mão e da vossa adorável e amorosa Providencia a moléstia que deve pôr fim a meus dias, as dores, as aflições e angustias da morte, e a mesma morte, e proponho tudo sofrer e levar com espirito penitente e cristão, beijando a vossa divina e paternal mão, já em justíssimo castigo e expiação das minhas culpas, já em testemunho do meu amor, e do desejo de acompanhar-vos em vossa sacratíssima paixão, morte e Cruz, e de participar d’ela, pois que n’ela e por ela me remistes: por isso desde já vos ofereço todos aqueles padecimentos e a minha morte em satisfação dos meus pecados, e em sacrifício d’amor, gratidão, humildade e submissão a vossa Suprema Majestade; e não só conformo e resigno toda a minha vontade na vossa e renuncio toda a impaciência, mas em igual espirito e intenção me sujeito a todas as humilhantes mudanças, corrupção e dissolução por que o meu corpo ha de passar, e a que a morte o ha de reduzir em justíssima pena das ofensas, de que no decurso da vida, foi causa, e instrumento contra o seu mesmo Senhor e Criador. Convenho, e até mesmo estimo, que todos os meus membros, ossos, e carne sofram os horrores e humilhações da sepultura, para assim ao menos repararem por fim a enorme injustiça da sua rebelião contra o espirito, e mais que tudo contra vós. E ainda que iste não fosse indispensável pensão de todo o ser humano, eu mesmo se me fosse permitido, a pagaria por escolha minha, só para d’alguma maneira render à suprema Sabedoria de vossa divina Majestade um sacrifício, e testemunho nada equivoco, e incontestável, do meu reconhecimento, submissão, e humildade.
VIII.
Protesto finalmente, que desejo de todo o coração, e me preponho n’aquele ultimo transe abraçar me intima e amorosamente com a vossa sagrada Imagem, beijando a uma e muitas vezes nos pés, nas mãos e no Lado sacrossanto, espirar repetindo o vosso nome Santíssimo, e encomendando ao Eterno Pai a minha alma pecadora sim, mas banhada com o vosso preciosíssimo sangue. Igualmente desde já vos suplico, ó meu amantíssimo Salvador, vos digneis conceder me a graça eficaz de executar então pontualmente tudo quanto agora aqui proponho e protesto. Finalmente vos rogo, ó meu JESUS tenhais para com a minha alma piedade e misericórdia, e mui particularmente me concedais a graça final, e o fim ditoso para que vós me criastes e remistes, pelo qual unicamente suspiro, e ardentemente desejo conseguir, que é a posse da Bem-aventurança no gozo e visão beatifica de Deus, meu único, sempiterno e Sumo Bem. Amém.