Soneto V
Cristo crucificado e a ovelha que Ele procura
Não negas a ninguém o seu socorro;
A mim, pois, que de mágoa vivo e morro,
Dá-me o brando sossego que não tenho.
Em Tte amar sempre ponho todo o empenho,
Vendo do puro Sangue o frio jorro,
E com suspiros aos Teus braços corro
E ao pé da Santa Cruz deitar-me venho.
Olha como foi triste o meu destino,
Sem esperanças quase e sem ventura,
Apenas com os sonhos que imagino.
Lembra-Te destas dores tão escuras,
De que Tu és o meu Pastor divino
E de que eu sou a ovelha que procuras.
José Albano (1882-1923). De MIRAGLIA, Tolentino. Piccola Antologia poetica brasiliana. Versioni. São Paulo: Livraria Nobel, 1955. 164 p. Ex. bibl. Antonio Miranda.
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