8 DE OUTUBRO
SANTA BRÍGIDA DA SUÉCIA
"Meus inimigos são como os mais selvagens animais, que nunca podem estar satisfeitos nem permanecer em calma. Seu coração está tão vazio de meu amor que o pensamento da minha paixão nunca os penetra. Nem sequer uma vez, desde o mais íntimo de seu coração, tem saído uma palavra como esta: ”Senhor, tu nos redimistes, louvado sejas por tua amarga paixão!” Como pode viver o meu Espírito em pessoas que não sentem o divino amor por mim, pessoas que estão desejando trair a outros para conseguir seu próprio benefício?" (Revelações de Santa Brigida)
Santa Brígida (1303-1373) tinha sua própria coroa de contas, ou rosário, que rezava da seguinte maneira: 63 vezes a Ave Maria em honra dos 63 anos de vida terrena da Santíssima Virgem Maria, segundo uma estendida tradição popular. Sete vezes o Pai Nosso pelas sete dores de Maria e seis vezes o Credo. Os seis mistérios se rezam assim: 1ª dezena: 1 Pai Nosso, 10 Ave Maria e 1 Credo. Até a 6ª dezena. Em seguida: 1 Pai Nosso e 3 Ave Marias. Não há, na web, informações sobre o que seriam os seis mistérios, e se havia realmente mistérios recitados como no Rosário da Santíssima Virgem; se alguém souber e fizer a caridade de nos informar, ficarmos gratos.
A coroa consistia de 6 dezenas de contas com as outras três formando o pingente ligado ao círculo; e alguns acham que é esta a razão para as contas extras que tem hoje o terço. Outros acham que estas três contas devem ser rezadas pela Fé, pela Esperança e pela Caridade, para permitir que o rosário seja oferecido com mais devoção.
A Ordem de Santa Brígida perdura até nossos dias, sob o nome de Ordem do Santo Salvador (Ordo Sancti Salvatoris), chamada comumente de Ordem Brigidina, e a coroa obteve, em 1714, indulgências para seu uso, apoiados nos Breves dos Papas Leão X e Clemente X.
INDULGÊNCIAS CONCEDIDAS À PERPETUIDADE PARA TODOS AQUELES QUE REZEM OU LEVEM SOBRE SI UM ROSÁRIO DE SANTA BRÍGIDA.
O rosário de Santa Brígida se compõe de seis dezenas de Ave Marias, precedidas cada uma de um Pai Nosso e seguidas de um Credo, o que faz ao todo, compreendendo o Pai Nosso e as três Ave Marias da cruz, sessenta e três Ave Marias e sete Pai Nossos.
Chama-se rosário de Santa Brígida porque esta Santa o concebeu e o deu a conhecer com o objetivo de honrar os sessenta e três anos que, segundo a tradição comum, viveu a Santíssima Virgem sobre a terra, e também suas sete alegrias e suas sete dores.
Também diz a tradição que, embora o rosário de Santa Brígida se componha de seis dezenas, se pode ganhar as indulgências que lhe são concedidas rezando apenas cinco delas, e também rezando as quinze dezenas do rosário comum. (Arquivo da Secretaria da Sagrada Congregação de Indulgências, tomo VI, pág. 144).
As indulgências concedidas ao rosário de Santa Brígida são as seguintes:
1. Indulgência de cem dias por cada Ave Maria, por cada Pai Nosso e por cada Credo que reze.
2. Indulgência de sete anos e sete quarentenas para todos aqueles que com o rosário de Santa Brígida rezem as quinze dezenas do rosário (comum).
3. Se muitas pessoas rezam em comum o rosário, servindo-se daquele de Santa Brígida, cada uma delas ganha as mesmas indulgências que se as rezasse sozinha.
4. Indulgência plenária, uma vez ao mês, para todos aqueles que, havendo rezado todo os dias do mês o rosário de Santa Brígida, ao menos cinco dezenas, confessem e comunguem um dia, a sua escolha, e roguem a Deus pelas necessidades da Igreja, em uma igreja pública.
5. É concedida também a indulgência plenária, uma vez ao ano, para todos aqueles que tiverem rezado o rosário de Santa Brígida, ao menos cinco dezenas, todos os dias. Esta indulgência se ganha no dia em que confessarem e comungarem pedindo a Deus pelas necessidades da Igreja.
6. Indulgência plenária no dia de Santa Brígida (8 de outubro) para todos aqueles que tiverem rezado pelo menos uma vez por semana o rosário de Santa Brígida, mesmo que seja com cinco dezenas, contanto que, além de terem confessado e comungado, visitarem sua igreja paroquial, ou outra qualquer, e ali rezarem pelas necessidades da Igreja.
7. Indulgência plenária para o "artigo da morte" ("in articulo mortis", ou seja, prestes a morrer, ou em perigo de morte) a todos aqueles que, tendo em seu poder um desses rosários de Santa Brígida, recomendem sua alma a Deus e, dispostos a aceitar a morte com resignação, invocarem - depois de terem confessado e comungado, se for possível - o Santo Nome de Jesus; de coração se não puder fazê-lo com a boca.
8. Indulgência de quarenta dias para todos aqueles que, levando consigo um rosário de Santa Brígida, rezarem, de joelhos, quando o sino anuncie que alguém esteja em agonia, pedindo a Deus pelo agonizante.
9. Indulgência de vinte dias para todos aqueles que, contritos de seus pecados e tendo consigo um rosário de Santa Brígida, façam exame de consciência e rezem três vezes o Pai Nosso e a Ave Maria.
10. Indulgência de cem dias para todos aqueles que, levando consigo o rosário de Santa Brígida, ouvem a Santa Missa ou a pregação da palavra de Deus, ou acompanhem ao Santíssimo Viático, ou retirem um pecador de seu mau caminho, ou fazem qualquer obra piedosa que redundará em honra de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou de sua Santíssima Mãe, ou de Santa Brígida, contanto que rezem cada vez três Pai Nossos e três Ave Marias[1].
Todas essas indulgências são aplicáveis às Almas do Purgatório. Para ganhá-las, é indispensável que os rosários, compostos de seis dezenas, tenham sido indulgenciados pelos superiores do convento de Santa Brígida, ou por outro sacerdote facultado competentemente. Estes rosários, uma vez indulgenciados para uma pessoa, não podem ser vendidos, nem dados, nem emprestados com o objetivo de comunicar as indulgências; se isto for feito, perdem-se as indulgências anteriormente recebidas, conforme os Decretos Gerais da Sagrada Congregação de Indulgências, confirmados por Bento XIV em 3 de fevereiro de 1743. Muitas pessoas piedosas que têm a devoção de rezar diariamente o rosário se privam lastimosamente de ganhar as indulgências que com tanta liberalidade lhes concederam os Sumos Pontífices, por ignorar as condições necessárias para ganhá-las. O rosário de Santa Brígida leva a vantagem de não exigir as considerações dos mistérios; nele a reza dos mistérios é suprida pelo Credo que se reza no fim de cada dezena.
(Devociones y prácticas piadosas en honor de la Santisima Trindad, de Nuestro Señor Jesuscristo, de la Santísima Vírgen y de los santos, y en provecho de las ánimas del purgatorio, aprobadas todas por los Sumos Pontifices. Madrid. Maio de 1857, pp. 131-134).
(1) Leão X, bula de 10 de julho de 1515; Clemente XI, bula Salute dominici grecis, 22 de setembro de 1714; e Bento XIV, 15 de janeiro de 1743.
A Ordem segue usando o rosário, e as monjas do Mosteiro de Valladolid (ramo espanhol) costumam obsequiar em belos estojos o rosário de Santa Brígida. As seis dezenas (ou mistérios) foram posteriormente reduzidas a cinco dezenas. Os restos de santa Brígida se encontram no convento de Vadstena (Suécia).
ROSÁRIO DE SANTA BRÍGIDA
PRIMEIRO MISTÉRIO
Pai Nosso
Ave Maria - 10 vezes
Credo
SEGUNDO MISTÉRIO
Pai Nosso
Ave Maria - 10 vezes
Credo
TERCEIRO MISTÉRIO
Pai Nosso
Ave Maria - 10 vezes
Credo
QUARTO MISTÉRIO
Pai Nosso
Ave Maria - 10 vezes
Credo
QUINTO MISTÉRIO
Pai Nosso
Ave Maria - 10 vezes
Credo
SEXTO MISTÉRIO
Pai Nosso
Ave Maria - 10 vezes
Credo
Finaliza-se, depois dos seis mistérios, com:
Pai Nosso
Ave María - 3 vezes
Fonte: WEB
Tradução e organização: Giulia d'Amore di Ugento