NS Jesus Cristo dando-Se à alma em estado de graça |
Do Santíssimo Sacramento
Poema-oração do Padre José de Anchieta
Ó que pão, ó que comida,
ó que divino manjar
se nos dá no santo altar
cada dia!
Filho da Virgem Maria,
que Deus-Padre cá mandou
e por nós na Cruz passou
crua morte,
e para que nos conforte
Se deixou no Sacramento
para dar-nos, com aumento,
Sua graça,
esta divina fogaça
é manjar de lutadores,
galardão de vencedores
esforçados,
deleite de namorados,
que, co'o gosto deste pão,
deixam a deleitação
transitória.
Quem quiser haver vitória
do falso contentamento,
goste deste Sacramento
divinal.
Este dá vida imortal,
este mata toda fome,
porque n'Ele Deus e homem Se contêm.
É fonte de todo bem,
da qual quem bem se embebeda
não tenha medo da queda
do pecado.
Ó que divino bocado,
que tem todos os sabores!
Vinde, pobres pecadores,
a comer!
Não tendes de que temer,
senão de vossos pecados.
Se forem bem confessados,
isso basta,
qu'Este manjar tudo gasta,
porque é fogo gastador,
que com seu divino ardor
tudo abrasa.
(...)
Beato José de Anchieta.
Cf. "Poesias: manuscrito do século XVI, em português, castelhano, latim e tupi". Transcrições, trad. e notas M. de L. de Paula Martins. São Paulo: Comissão do IV Centenário da Cidade, 1954.
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